Hoje começa o verão. Notei como é uma data importante pra gente, pra publicidade, pros hotéis, para os donos de cascatas e para as indústrias de protetor solar.
Nunca vi propaganda fazendo contagem regressiva pro início do inverno, outono ou primavera, ontem eu vi pro verão.
Verão é sinôimo de calor, de sol, de música boa ou "ruim" (vai depender do seu gosto e do gosto do seu vizinho), é sinônimo de muvuca, abraços colados e chinelo de dedo colorido.
É uma estação tropical e brasileiríssima, os sentimentos ficam mais aflorados,e o céu fica mais limpo e azul.
Verão é sentir vontade de deitar no piso pra refrescar, é estar em uma roda de amigos, tocar violão, e ir em busca de um vento pra refrescar. Verão é poder usar amarelo porque a pele está mais bronzeada. Verão é tentar se equilibrar na prancha e usar pulseira de miçanga.
Verão é dizer: "Eu prefiro inverno tomando um saboroso picolé de frutas".
Você pode até não gostar do verão, mas que é a estação mais brasileira, sem dúvidas é.
*Estou indo para a praia me renovar, lembrar das coisas que eu esqueci de fazer esse ano, repensar nas que eu fiz. Adorei "conhecer" todos vocês esse ano, espero que ano que vem a gente continue com essa troca de palavras que me faz tão bem.
Feliz natal e ano novo a todos! :)
sexta-feira, 21 de dezembro de 2007
Verão
quarta-feira, 19 de dezembro de 2007
Quando o silêncio dói
Os dias às vezes eram lentos e cansativos, o vento, o som dos carros, a vida, tudo parecia passar em câmera lenta.
O mundo todo acontecia diante dos seus olhos, mas tão distante do seu coração, que isso a machucava. Ela lutava, mas incontrolavelmente a visão embaçava, a garganta travava, e o hálito começava a ficar amargo. Cuidadosamente, ela tentava não piscar pra que não escorresse aquilo que tanto temia. Lágrimas.
Pensava pra si mesma, - “O cabelo poderia ser mais brilhante, as respostas mais firmes, poderia usar menos pantufas e mais salto alto, a insegurança deveria ser menor”.
Quando, ao cair da noite, via-se obrigada a seguir o resto do mundo e deitar, ouvia ecos do nada, silêncio da vida lá fora, calmaria do ir e vir das pessoas. Mas seu pensamento continuava a percorrer caminhos longínquos e desconhecidos, eles demoravam a repousar. Já havia sido uma lady da década de 30, já havia sido entrevistada por Ana Maria Braga, medalhista de ouro nas olimpíadas e Clarissa, doce personagem de Érico Veríssimo.
A inquietude a obrigava mentalizar vidas distintas, realidades não realizáveis. -“Ah, se soubesse tocar violão, se aprendesse virar estrelinha na fina areia da prai...”
O silêncio enfim chegara, ele já não doía mais, ao contrário, foi uma excelente canção de ninar para a garota que adormecera pensando.
segunda-feira, 17 de dezembro de 2007
Bolo sabor vida
Se a vida fosse uma receita de bolo,eu diria que:
- Tolerância seria a farinha
- Saúde o fermento
- Felicidade seria o açúcar
- O leite condensado, amor
- A inteligência, os ovos
- A manteiga o bom humor
- (Beleza, dinheiro e afins serão apenas complementos)
Acredito que o essencial pra nossa vida é transbordar saúde e o coração batendo 100%, pra depois praticarmos a tolerância e seguir esse percurso do viver.
Pessoas tolerantes sabem lidar com as diferenças, não se importam com os opostos e não saem por aí batendo portas e telefone na cara de ninguém. Tolerância nos dá consistência, nos torna seres humanos de fibra.
A felicidade, ela nos acrescenta alguma coisa que estava faltando, ela vem pra tirar o amargo que estava em nossa boca, ela adoça sonhos, ela adoça oportunidades. Só que nem sempre esse açúcar é o suficiente, às vezes é preciso um doce que se torna especial, a gente carinhosamente chama de amor.
O amor é o leite condensado da vida, dificilmente alguém recusa, ele chega com o objetivo de acrescentar algo a mais que faltava, ele preenche um espaço que estava inerte, tira o fôlego e deixa os olhos brilhantes. Só que leite condensado em excesso enjoa.
Pessoas inteligentes buscam soluções, sabem falar e calar nas horas certas. Sabem aproveitar as oportunidades que surgem e administram a vida pra que nada de essencial lhe falte. E eu digo pra ser inteligente, e não esperto. Espertinho é aquele que trapaceia. Estamos falando de uma receita pura e saudável.
O bom humor é uma escola pra contornar situações que parecem incontornáveis, é não deixar a peteca cair quando na verdade deveríamos chorar até não poder mais. É lidar surpreendentemente com o que saiu de errado.
Se a gente puder acrescentar todos esses ingredientes, batê-los e praticá-los em nosso dia-a-dia, o resultado será de uma vida que valeu a pena ser vivida. Será um trajeto percorrido sem migalhas, sem sobras.
Fazer da vida um bolo com os ingredientes principais é tarefa árdua e possível pra qualquer um. Se você não tem algum desses ingredientes, procure bem, pode ser que esteja nos armários da sua força de vontade, nas gavetas da auto-afirmação, ou na necessidade do seu viver. E se não encontrar, procure usar o que você tem de melhor.
"Não coma a vida de garfo e faca, lambuze-se." Mário Quintana
quarta-feira, 12 de dezembro de 2007
Possibilidades
A palavra mais bonita do vocabulário, a palavra mais útil que podemos usufruir na vida. Não é saudade, nem amor, chama-se Possibilidades.
São as possibilidades que fazem Bruna conseguir falar do Brasil com Pedro no Japão. Por anos de estudos, é possível sair do chão e pisar na lua.
As possibilidades nos permitem ver sol e chuva ao mesmo tempo, ela nos dá a chance de dormir brigados com alguém e acordar reconciliados. As possibilidades nos permitem encontrar o amor de nossa vida numa fila de padaria qualquer.
Há possibilidades de achar a cura de uma doença, de subestimar a gravidade e de gerar um ser dentro do ventre.
Joana caiu, mas tem a chance de levantar. Vinicius amou e desamou inúmeras vezes que hoje luta para encontrar um amor eterno.
Possibilidades fizeram o Lula de um simples metalúrgico, o presidente do Brasil e Gisele Bundchen garota do interior para o mundo.
Possibilidades deram a chance de Lucas conhecer o universo todinho lendo livros , e de Janaína descobrir quem é seu verdadeiro pai. Foram as possibilidades responsáveis por uma garota até então impossibilitada de enxergar, começar a ver uma singela luz bem à sua frente.
A vida é uma eterna e incessante busca, às vezes possibilidades surgem numa rua atrás da nossa, outras vezes batem em nossa porta. E elas têm o objetivo de modificar coisas que parecem ser pré-destinadas.
Enquanto existir futuro, nosso presente será repleto de oportunidades.Essas oportunidades nem sempre são palpáveis, mas estão dentro dos nossos sonhos, são antídotos pros incrédulos. A solução pra quem precisa.
As possibilidades da sua vida podem estar em qualquer lugar, no Teatro Municipal ao semáforo da rua perto da sua casa.
segunda-feira, 10 de dezembro de 2007
Ô de casa
"Nós moldamos nossos edifícios e nossos edifícios nos moldam.”
Após ler essa frase refleti muito, porque eu adoro ficar em casa. Adoro sentir o cheirinho do meu doce lar e o conforto do sofá da sala.
Nosso lar é o nosso refúgio, é o nosso QG que permite que apenas nós tenhamos a senha. E a entrada é restrita apenas pra quem a gente gosta.
Lá tem pessoas que estarão sempre esperando por nós, pra quem mora sozinho, vale cachorro ou o peixinho no aquário.
Cada pedacinho do nosso lar, a decoração, a cor da parede, o enfeite cafona ou o porta-retrato empoeirado em cima da estante estão lá por alguma razão, seja por um presente de alguém especial ou por nos trazer doces lembranças.
Nosso lar nos molda como pessoas, pois somos muito do que consumimos e vivenciamos. Hilton ou minha casa? Minha casa! Fasano ou minha casa? Sem dúvidas, minha casa! Tenho certeza que em amplos corredores, ninguém sente cheiro de café coado e de bolo de fubá recém saído do forno. Na minha casa, sim.
É em nossa casa que nos livramos completamente das “máscaras” e da formalidade que cultivamos o dia inteiro. È lá que as maquiagens são tiradas, os sapatos guardados e a roupa arrumadinha é substituída por calças de algodão e largas camisetas. Somente em nossa casa podemos andar sem pentear o cabelo, sem culpa.
Nós moldamos nosso lar, mas ele nos molda como humanos, nos reforça, ele renova. Lar é o nosso pilar que nos sustenta todo final do dia.
quarta-feira, 5 de dezembro de 2007
Extremos
Garota que gosta de sentir o vento na nuca, suspira e sonha com um mundo coberto por açúcar de baunilha.
Moça que espera que o nada vire tudo, que o negativo torne-se positivo. Gosta de edredons mesmo no verão, pois isso faz lembrar que alma deve manter-se sempre aquecida.
Garotinha que se viu obrigada a crescer, mas os sonhos continuam ingênuos como os de quando tinha 7 anos. Gosta de presenças, mas não gosta de sentir ausência nas presenças.
Mocinha que tem muito que aprender, a que anota seus planos todos em post-its amarelos. Um pouco supersticiosa quando precisa, um pouco racional quando não precisa. Não gosta de deixar nada pra depois, espevitada em demasia, objetiva quando necessário.
A que gosta de silêncio e de barulho, de conversas sérias e assuntos tolos. A que separa as músicas por humor. Ouve Akon a Zeca Baleiro, a que adora todos os filmes sem efeitos especiais, por favor, romance ou suspense, só não tem paciência pra assistir Matrix.
Não gosta de questões objetivas, pra ela nem tudo tem prova real, vai ver por isso que sempre foi péssima em exatas.
Roupas coloridas, roupas neutras, cabelo solto no inverno, cabelo pra cima no verão, pantufa no frio, Havaianas no calor. Risos em janeiro, risos até dezembro.
quarta-feira, 28 de novembro de 2007
Busca incessante
De norte a sul, leste ou oeste, brasileiro, japonês, budista ou ateu, malabarista ou executivo, todo mundo quer conquistar alguma coisa durante esse percurso que a gente chama de vida. Algumas pessoas passam a vida inteira para conseguir realizar seus sonhos e seus interesses.
Tem gente que sonha ser dono de um carro conversível, de um corpo sinuoso, outros almejam ser dono de um coração que insiste em ser durão. Outros mais atrevidos sonham em dominar o mundo, os mais modestos se satisfazem em apenas comandar o controle remoto.
Talvez a essência da vida seja aspirar e ter garantias. Buscar um ideal nos fortalece como humanos, nos ensina a lutar com todas as nossas forças. Talvez essa essência seja a responsável pela busca desmedida que o ser humano se propõe durante toda sua jornada.
Tem alguns que dão tudo de si para conseguir essas conquistas, alguns ocupam lugares já ocupados sem se importar se será dolorido pra quem veio primeiro. Alguns preferem conquistar através da fé e outros através do esforço e do suor.
Sou a favor de lutar pra conseguir o que tanto queremos, sou a favor de sermos donos de alguma coisa, nem que seja do sorriso mais bonito do mundo. Tudo é válido, tudo é permitido. Só não vale trapacear.
domingo, 25 de novembro de 2007
O que eu quero ser
Esse ano talvez tenha sido o das descobertas pra mim. Desde pequena sempre gostei de ler e escrever, mas eu não achava que isso fosse mudar alguma coisa na minha vida. A verdade era que eu camuflava um prazer, por achar que ele não faria parte da minha realidade e do meu mundo de adulta.
Quando aceitei o desafio de escrever pro Tudo de Blog da Capricho, eu sabia que iria ser um acréscimo em minha vida, seria um treino às escuras de algo que sempre gostei: escrever.
Enquanto procuro um emprego na área, cada dia mais me apaixono e começo a aceitar que a escrita vai sempre fazer parte de mim, e quando perguntam qual a área a seguir, eu digo com o peito estufado: Quero trabalhar com redação.
O Tudo de Blog me abriu a mente, me deu a chance de conhecer um tanto de gente bacana que como eu, só estão buscando seu lugar ao sol. Me deu experiência e aceitei-a como um compromisso, levei a sério e escrevi tudo que a mente permitia e a alma exigia.
Além das experiências e desafios, o Tudo de Blog me deu a chance de reencontrar um sonho perdido e das descobertas não remuneradas, que estarão pra sempre guardadas em minha mente.
2007, grande ano, ano da experiência, ano de saber quem eu sou e o que eu quero.
terça-feira, 20 de novembro de 2007
Cheirinho de Panetone no ar
Prezado Papai Noel, acredito que o senhor não deva ter muito tempo de sobra, mas peço encarecidamente que o senhor realize meus desejos.
Sei que você não é o gênio da lâmpada, mas eu queria muito que nesse final de ano você desça pelas chaminés, ou churrasqueiras das casas e coloque um punhado de motivação e felicidade embaixo das árvores de natal de cada um.
Você que está sempre vestido de vermelho, por favor, traga um pouco de paixão para as pessoas desacreditadas no amor.
Venha, e traga um cobertor para o menino que mora na rua ou uma injeção de ânimos para a as pessoas que até no verão escaldante estão sentindo-se frias.
Traga uma caixinha de gargalhadas, pode ser daquelas até doer à barriga. Aceito tamanho P, M ou G.
Se o senhor puder, mande uma vaga de emprego dos sonhos pra cada um, daqueles empregos que a gente não tem raiva de acordar (inclusive pra mim).
Se não for muito, gostaria de pedir um pouco de chuva pras regiões secas e sol pras pessoas que perderam suas casas e viram seus sofás e mesas levados pela correnteza.
Se o senhor fizer isso por mim, prometo ser uma boa menina, vou estudar, não brigarei com meu irmão e não reclamarei quando papai me mandar lavar a louça do almoço.
sábado, 17 de novembro de 2007
Fitinhas vermelhas
Depois de um dia exaustivo em que a gente se sente a bolacha quebrada do pacote, precisamos de um abraço quentinho, um cafuné no cabelo, ou até mesmo um silêncio acolhedor.
Eu tenho uma super amiga de quatro patas com direito a fitinha vermelha nas orelhas, ela me ouve e invoca um olhar compreensivo.
Quando estou doente, ela me cura com suas lambidas. Me faz sentir a Madonna mesmo quando estou com a cara amassada e descabelada. Amiga em qualquer circunstância, amiga que dá sem pedir nada em troca.
Faz eu me sentir uma triatleta quando me obrigada a atirar o brinquedo de borracha e eu corro pra cima e pra baixo. E é aí que eu percebo como o sedentarismo está aguçado em mim.
Me faz dar mais valor pro meu almoço, já que ela olha fixamente pro meu prato, como se todo dia tivesse lasanha aos queijos, mesmo que tenha apenas um simples arroz com molho.
Todo dia faz eu me sentir a mais importante pessoa do planeta, quando chego em casa e recebo pulos e mais pulos de contentamento. A comemoração é maior que de um gol da torcida do flamengo.
Só ela consegue me tirar de casa quando estou usando uma calça velha, e camiseta de propaganda furada pra dar uma voltinha no quarteirão.
Com ela, não preciso de despertador, pois a cada amanhecer, ela me desperta pra mostrar que tenho um dia a mais pra comemorar. É a Kelly, meu bichinho de quatro patas que vive a vida melhor que muita gente com dedos polegares opositores.
terça-feira, 6 de novembro de 2007
Prisão Perpétua
Era um verão escaldante, mas não pudemos dormir com as janelas abertas, porque era perigoso.
Era uma manhã cheia de orvalhos, mas a gente não viu, porque era perigoso.
Era uma tarde de primavera agradável e colorida, mas não pudemos apreciar as flores porque era perigoso.
Quantas noites tranqüilas, com os bancos fechados, carros estão parados e estrelas e céu enluarado a gente não perdeu, porque é perigoso?Trancar as janelas faz a gente perceber que não vivemos em um conto de fadas.
Dizem que somos livres para ir e vir, mas eu ouço essa frase desconfiada, afinal, não é possível ser livre vivendo com medo. Aliás, esse tal medo nasce conosco e só vai se proliferando conforme a gente cresce.
Liberdade discutível quando eu levo alguns minutos para destrancar a tetra-chave aqui de casa que protege a família. Ou quando eu tenho que enxergar a paisagem lá fora, por grades de ferro.
Desconfio quando ouço barulhos no meio da noite, e quando paro no semáforo com as janelas do carro fechadas, me impossibilitando de sentir o cheiro da noite.
Desconfio essa tal liberdade que nos faz perder momentos mágicos e que temos que pedir licença pra viver. Pra mim, a liberdade não é ver o mundo pelo buraco da fechadura, isso chama-se prisão perpétua.
Podemos ficar horas e horas conversando e questionando esse assunto, ele vem da história, vem da psicologia, vem do humanismo que falta pra tanta gente. Mas enquanto nós cidadãos que pagamos impostos - altíssimos por sinal -, cidadãos que trabalham, estudam e agüentam inúmeras atrocidades, não temos disponível guarda-costas, coletes a prova de balas, alarmes e carros blindados, temos que nos debater, pois as algemas estão conosco, agora só falta alguns políticos nos alcançarem as chaves para sentirmos enfim, essa tal liberdade.
domingo, 4 de novembro de 2007
Nosso megafone
Há alguns anos atrás contar nossos dias começava com um trivial “meu querido diário”, nossos medos, angústias e alegrias eram escritos a mão com canetas coloridas em um livrinho perfumado, que carinhosamente denominávamos como nosso amigo.
Agora, na era tecnológica e virtual, surgem os blogs. O que antes era trancado a sete chaves, hoje é protegido por senhas, o que antes era somente um escape para contarmos nossos dias, hoje é um meio de expor nosso ponto de vista. O que antes era apenas um segredo íntimo, hoje está aberto para qualquer um ler.
Ter um blog não tem pré-requisitos ou um perfil determinado, tem a ver com nossas necessidades, nossa vontade de expressar os sentimentos e os conflitos existências. É o nosso megafone que permite desabafar sem qualquer tipo de censura.
Então, meninas, meninos, atarefados ou não, devotos, cristãos, políticos, boazinhas, “mazinhas”, todos tem permissão para entrar nesse mundo e se manifestar. Afinal de contas, todo mundo tem muita história pra contar.
sexta-feira, 26 de outubro de 2007
Meus 5 minutinhos!
Já estou um tempão querendo fazer esse post, mas sempre aparecem outros textos pra colocar.
Fui indicada duas vezes, por pessoas diferentes, com selos de Blog que vale a pena conferir. Sendo assim tenho que passar a bola.
Indicada pela fofíssima Jaya com o certificado de melhores momentos virtuais.
E pela querida Ana Fernandes com o selo de Vale a pena conferir.
É mágico perceber que distâncias geográficas não fazem a menor diferença no século 21. Tantas pontes que nos separam e, no entanto, tantos sentimentos parecidos que nos colocam de frente.
Num mundo em que ninguém tem tempo pra ninguém, em que cada 5 minutinhos pro outro faz grande diferença, ainda tem gente que tira seu precioso tempo pra ler o que temos pra desabafar em um blog. Pessoas que procuram diminuir o peso do coração e desabafar, nem que seja por palavras.
Então, toquem os tambores, porque os blogs que eu tiro meus cinco minutos pra ler são:
A Jaya
- Ela não tem medo de ser feliz, consegue de maneira simples enxergar um mundo colorido. Expressa seus sentimentos sem exageros do fundo da alma. (Levou o selo de Blog que vale pena conferir)
A Claudinha
– Porque a Cláudia tem uma facilidade incrível de escrever sem rodeios, sua escrita é objetiva, mas não perde a magia. (Certificado Blog)
Ana Fernandes
– Por ser discreta e observadora, gosta de contar as aspirações, medos e sonhos, mesmo que seja em uma história narrada na terceira pessoa. (Certificado Blog)
Tiago
– Por fazer eu sempre dar uma espiadinha em seu blog, pra ver um novo clipe, ouvir uma boa música ou até relembrar uma canção antiga e nostálgica. (Selo vale a pena conferir)
Lilah
- Tem um blog dinâmico e alegre, seus textos são desabafos sinceros do coração. (Selo vale a pena conferir)
Grace
– Apesar do hiatus, é um blog gostoso de ler, e toda vez que eu entro dá vontade de pedir – Grace atualiza! (Certificado Blog)
quarta-feira, 24 de outubro de 2007
3,2,1 – Época de realizações
O começo do ano indica que temos mais 365 dias de superações pela frente. Significa plantar e nem sempre colher, ou plantar e florescer. Significa tentar e nem sempre conseguir, mas acima de tudo, superar e enfrentar.
O ano novo é tipo uma segunda-feira, é aquela data pré-definida pra realizar um feito que a gente vive empurrando pra depois.
É o momento de juntar tudo o que buscamos no papel pra se tornar realidade. É o momento que nossas metas estão envoltas com roupas brancas, brancas, pois queremos que nossos desejos se realizem na mais pura magia.
Com as nuances das cores dos fogos de artifícios, a gente consegue enxergar um ano melhor, é como se eles viessem pra colorir nossos dias. E não adianta ter lido o horóscopo que indicava um ano recheado de conflitos ou acreditar na mulher que leu a linha das nossas mãos, alguma coisa dentro da gente diz que será um perfeito ano.
Depois da contagem regressiva comunitária, está tudo feito, o cronômetro pros ideais já disparou. Deixe os desafios pra segunda-feira, porque é hora de comemorar, desejar e abraçar.
“Todo mundo luta para ser feliz e depois de ser feliz faz o quê?” – Clarice Lispector.
segunda-feira, 15 de outubro de 2007
O antídoto dentro da gente
Sonhar, palavrinha de 6 letras com sentido de imensidão. Talvez não haja no mundo algo melhor para impulsionar nossos dias. Sonhar e acreditar no inesperado é a cama elástica da vida.
Temos sonhos de todos os tipos, sem restrições. Há os mais simples, os de nível intermediário e aqueles engraçados e utópicos. Tem gente que sonha em comer algo exótico, outros mais ousados sonham em conhecer o mundo e as diversas culturas, e os mais ousados ainda, que pretendem tomar o chá das cinco com a rainha Elizabeth e de quebra, ganhar uma bola quadrada.
Há sonhos secretos, sonhos tímidos, sonhos singelos. Há almejos para todos os gostos e tamanhos. Mas nesse mundo não existe regras, é um mundo que você não precisa bater na porta para entrar.
Vivemos atribulados e atarefados no cotidiano, seguimos regras, constituições e respeitamos a hierarquia. Daí, chega à noite, depois de tirar o sapato apertado, a gente se encosta na almofada vermelha do sofá e nos permitimos sonhar. Permitimos imaginar um mundo diferente, uma vida distinta que nos leva pra bem longe da realidade.
Não há uma linha imaginária para esse ato, não há um fim nos degraus da escada que nos leva pro alto, ela continua, continua... Até a gente dizer: Basta!
Temos o antídoto para o cansaço e para o baixo-astral, ele não está nas prateleiras da farmácia, e nem existe um genérico. Ele ta dentro de mim, de você, dentro de nós. Procure que você vai encontrar, e te digo uma coisa, ele não é amargo.
- Mas para que eles existem? (Ela perguntou)
- Pra adocicar a vida da gente. (Eu respondi).
quinta-feira, 11 de outubro de 2007
Aprender a sonhar
No relógio eram exatamente 06h30min da manhã, quando Laura e Ana acordaram. Porém, havia grande diferença no dia de ambas. A começar pelo despertador de Laura, que era antigo e fazia um barulho desafinado. Enquanto o de Ana todo dia a despertava com sua música favorita.
Laura levantava-se rapidamente porque sabia que o dia seria longo e cansativo. Às vezes sentia que o tempo passava depressa demais. Tão depressa que ela mal via a semana passar.
Já Ana, geralmente permanecia mais 5 minutos deitada em sua aconchegante cama, ouvindo o cantarolar dos pássaros que teimavam em fazer serenatas todas às manhãs em sua janela.
Laura colocava calça jeans desbotada e moletom batido, calçava o tênis com a sola furada, mas que ela de maneira inteligente colocou jornais para quando chovesse, não entrasse água.
Ana vestia o uniforme do colégio. Geralmente reclamava, gostaria de poder estrear as novas roupas que comprou no dia anterior. Abria a porta do guarda-roupa e conforme o humor, calçava o tênis de sua preferência.
Laura não tomava café, os pais saiam cedo de casa e quase sempre, estava sozinha. Às vezes até tomava um leite com açúcar, vez ou outra até sobrava um pão amanhecido para preencher o vazio que seu estômago estava tão acostumado a enfrentar.
Ana, depois de uniformizada, sentava a mesa junto aos seus pais. Gostava de variar a refeição, às vezes tomava suco e café, outras uma torrada com geléia de frutas e bolachas recheadas.
Depois do rápido café da manhã, Laura descia a pé o grande morro da sua casa. Para ela, descer era sempre melhor que subir. Ela conseguia sentir um impacto, que parecia que a embalava para superar mais um dia, e só sentia a brisa matinal em seus cabelos.
Já Ana pegava carona com seu pai no luxuoso e silencioso carro. Sintonizava na rádio jovem que tocava suas músicas favoritas.
Até que em uma manhã fria e nublada o carro de Ana parou no semáforo. E uma garota que aparentava ter a mesma idade, bateu no vidro oferecendo balas e flores. Era Laura. O pai de Ana pediu se ela gostaria de comer balas, mas Ana recusou. Por um minuto os olhos das duas garotas se encontraram, por um minuto ambas sentiram-se parte do mesmo mundo.
O sinal abriu, na contramão as garotas voltaram para o universo que as esperavam. Ana foi estudar para ser a futura médica que seu pai tanto sonhara. E Laura foi vender doces para garantir o próximo café da manhã.
De alguma maneira a moça pobre e a rica tinham algo em comum. Ambas aprenderam a sonhar por dias melhores. Todas as noites antes de deitar, Laura e Ana arrumavam o despertador para as 06h30min e faziam preces para que os pedidos fossem atendidos. Pediam tanto, que pegavam no sono com as mãos entrelaçadas. Os entrelaços representavam a força e otimismo que elas depositavam no mundo e no próximo dia que insistia em nascer.
sexta-feira, 5 de outubro de 2007
Momentos instantâneos
Dia desses estava vendo um programa de TV que abordava o assunto “vida instantânea”, achei muito bacana, afinal não é todo o programa de televisão que me faz refletir.
Estamos vivendo a era “Chega natal logo”. Conversamos com as pessoas através do Msn, resolvemos trabalhos pendentes e “ouvimos a TV”, tudo ao mesmo tempo. Aliás, tempo não é algo que se tem de sobra ultimamente. Às 24 horas do dia se tornaram poucas comparadas às inúmeras tarefas diárias que temos.
Amizades são deixadas de lado, amores que não tiveram tempo o suficiente de crescerem e amadurecerem juntos, pais que perderam a primeira engatinhada do filho, mães e filhas que deixaram pra outra hora o pedido de desculpas que estava na ponta da língua. Aquele passeio na praia que foi adiado três vezes porque o chefe pediu para fazer hora extra. A bolinha do cachorro que não foi jogada, pois estávamos ocupados retornando uma ligação importantíssima. E a lasanha aos quatro queijos que nunca foi saboreada, porque o macarrão instantâneo era mais rápido de fazer.
A vida profissional acontece, evoluí, conseguimos aparecer naquele famoso quadrinho, somos o funcionário do mês. Chegamos em casa sem a menor pretensão de comemorar, compreensível. A primeira coisa a fazer é deitar na cama pro dia seguinte.
E assim a vida vai passando, até que chega um dia que não estamos nos sentindo bem, surge uma falta de ar, um sintoma angustiante. Os exames detectaram: ESTRESS agudo e muito sedentarismo, o médico pergunta: Mas por que você não fez algum esporte? E a gente responde:“sabe como é doutor, o tempo...”
Dois anos mais tarde a cadeira que ocupamos durante 30 anos está vazia, esperando uma próxima pessoa que provavelmente vai chegar atrasada porque o trânsito estava um caos.
E nós, depois de muito tempo enfim estamos vivendo intensamente. Saboreando a deliciosa lasanha, afagando o cachorro e prestando atenção no que nos dizem. Olhar no olho torna-se fundamental depois de alguns anos.
Eu poderia ficar falando disso horas e horas, mas dá licença que to sem tempo!
segunda-feira, 24 de setembro de 2007
Quando se olha pra trás
Na época da adolescência os sentimentos de incompreensão se misturavam com as descobertas do mundo. Vez ou outra discutia com minha mãe, cada discussão era como se um pedaço do mundo viesse abaixo em minha cabeça. Era nesse momento que eu queria fazer igual à menina do filme e desafiar tudo e a todos e fugir pra longe.
Trancava a porta do quarto,tratava de vestir uma roupa que não tivesse sido comprada pelos pais, de preferência algo dado por alguém, uma tia, amiga, avó ou vizinha. A blusa pequena mostrava que o tempo havia passado depressa demais. Depois, eu pulava a janela e descia o morro de casa com uma velocidade ímpar. Os longos passos faziam uma melodia junto aos pensamentos que habitavam em mim.
Depois de ter descido completamente o morro surgiam as opções, qual caminho escolher? Direita? Esquerda?Então, parava pra pensar, passavam 5 minutos, as mágoas haviam desaparecido, a fome surgido, e a vontade imensa de voltar pra casa vinha à tona. Nem direita, nem esquerda. Há momentos que olhar pra trás é necessário e também, a melhor opção.
Levantei rapidamente e motivada,subi o morro correndo. Pulei novamente a janela do quarto, destranquei a porta e fui apressadamente dar um abraço naquela que tinha sido a responsável pela volta. Num instante os pedacinhos do mundo que caíram sobre mim, juntaram-se como quebra-cabeça e formaram um espontâneo sorriso.
segunda-feira, 17 de setembro de 2007
Superstição que incentiva
Andava pelas ruas da cidade, no balanço dos cabelos compridos os pensamentos embalavam a cada passo. Olhava ao seu redor com olhos cheios de dúvidas, na sua frente via um horizonte colorido, o preto e branco era pouco pra ela.
Pensava: - Se passar um carro verde com a janela aberta é porque vai dar tudo certo. Às vezes ninguém aparecia, mas muitas vezes coincidentemente ou não, o verde carro com as janelas abertas passava por ela.
Não sabia se era uma superstição boba, um otimismo aguçado ou algum hábito de infância. Mas de alguma maneira aquele carro verde de janelas abertas fazia aparecer uma leve covinha nas bochechas rosadas, que em seguida transformava-se em um sorriso tímido.
Todos os dias era o mesmo ritual, cada passo dado era sinônimo de pensamentos bem distantes.Os pensamentos avulsos não pediam licença para entrar, eles apareciam como um vizinho folgado que abre a geladeira de casa sem pedir. Eles apresentavam para ela um universo desconhecido, um lugar onde tudo é possível.
Se quisesse viajar para China, em um instante estava entre os orientais. Se quisesse participar de algum filme Hollywoodiano, num piscar de olhos estava amissíssima da Meryl Streep. Naquele universo não havia restrições, podia ser o que quisesse.
E se o pensamento era mais modesto, ela buscava com otimismo, um jeito de transformá-lo em realidade, e como prova da possível realização pensava:Se chover é porque vou realizar meu sonho.
Subitamente surgiram estrondos no céu, e ela correu para não se molhar.
segunda-feira, 10 de setembro de 2007
Universo paralelo, universo colorido
Sou aquela que ouve músicas imaginando cenas. Sou aquela que lê sonetos e crônicas me buscando. E aquela que pausa o filme de comédia romântica pra buscar lencinho de papel para enxugar as lágrimas.
Sou a garota que veste rosa bebê e gosta de sapatilhas. A garota que abre a janela esperando por dias melhores. E a menina que espera sempre receber flores e o casaco quando estiver passando frio. Sou a garota que espera ganhar algodão doce antes de ir para a roda gigante.
Sou a que enxerga uma luz no fim do túnel, e a que desenha corações em guardanapos. Adoro despir-me de sinceridades.
Atualmente chamamos isso de frescura, de ilusão. Mas eu prefiro acreditar que sou romântica. Afinal, ilusão é algo que não existe, algo além da realidade. Romantismo é aquilo que surpreende aquilo que faz os olhos enxerem d’água.
Como diz a letra da música do Lulu Santos “talvez eu seja a última romântica”, mas prefiro estar sozinha e acreditar em doces momentos, a acreditar que tudo é mera ilusão. Ilusão prá mim é crer que as coisas não serão melhores amanhã.
Tudo de Blog.
terça-feira, 4 de setembro de 2007
Viver além de...
Viver pra sobreviver,respirar para o coração bater.É assim que boa parte das pessoas pensam. Talvez a essência de viver não seja bem o que planejaram pra nós.
VIVER está nos detalhes, nos contrastes, consiste em viver além de...
Quero usar mais azul porque é a cor do céu e deixa o rosto mais alegre, e não usar simplesmente porque foi a primeira roupa que achei no armário.
Quero pegar mais sol no rosto, sol deixa as pessoas com o aspecto mais saudável.
Ser gentil com as pessoas não porque a etiqueta recomenda, mas sim por fazer parte da minha essência.
Distribuir sorrisos mesmo com alface nos dentes, não importa a cor do sorriso... Ele sempre faz alguém mais feliz.
Andar descalça por aí, ensinar aos dedinhos do pé como é o sentimento da liberdade. Falando em liberdade, que tal soltar mais os cabelos?
Quero receber mais cafuné no cabelo e fazer o dobro nas pessoas. As pessoas estão cada vez mais carentes e ninguém nega um cafuné.
Ouvir música no volume máximo e não parecer ridícula dançando nas pontas dos pés pela casa. Nem ser ridícula por chorar como uma manteiga derretida porque o mocinho teve de ir à guerra abandonando a pobre mocinha.
Viver além do trabalho. Viver pelas descobertas,viver pra realizar sonhos, viver pra adoçar a vida das pessoas,viver para ler bons livros, ouvir boas músicas, assistir bons filmes, viver para atirar o bichinho de borracha pro cachorro buscar, viver pra desbravar lugares incomuns, viver pra abraçar as pessoas e apertar bochechas, viver pra começar o regime na próxima segunda-feira. Viver simplesmente pra marcarmos nossa história que não vai ser imortalizada na calçada da fama em Hollywood, mas será imortalizada na memória das pessoas. Nessa estória somos nós os protagonistas, cabe a nós tornar o desfecho num final feliz.
domingo, 26 de agosto de 2007
A feiúra interna
Já acordei com enormes espinhas no rosto. Olheiras gigantescas no amanhecer e cabelos espalhados por todos os lados.
Já acordei me sentindo a pior das piores. E rezando para ter dias melhores.
Mas o pior dia foi quando me senti injusta. Aquele dia em que lutava por tudo. Mas na realidade não havia nenhuma busca.
O dia em que me senti mais feia talvez foi aquele em que as ações não foram medidas, nem pensadas. O dia em que o coração não teve vez.
Como gostaria de ter naquele momento um corretivo, para apagar os reflexos de arrependimento que surgiram no espelho. Mas já era tarde, a imagem que se formou era feia. O erro era definitivo.
domingo, 19 de agosto de 2007
Os anéis pelos caminhos
Dia desses estava na sacada de casa e lembrei do dia em que perdi um anel de ouro com a inicial do meu nome pelo jardim. Acredito que ainda deva estar lá.
Naquela época o jardim de casa parecia tão imenso, que a procura pelo anel foi longa e cansativa. Hoje eu dou risadas, pois o imenso jardim não existe, na verdade nunca existiu.
Na infância tudo tinha uma proporção tão grande, a começar para chegar na escola, para mim era um longínquo caminho a ser percorrido todos os dias. Mas, na verdade não levava mais de 10 minutos.
Lembro, que o abraço do meu pai era tão acolhedor, que prá mim, caberia mais uma Caroline. Brigar com o irmão era o fim do mundo e mamãe não permitir eu dormir na casa da melhor amiga era motivo de choros e prantos, batidas de portas e beiços amedrontadores.
Naquela época, a pia da cozinha era tão alta, e para alcançar os pratos na cristaleira era necessária uma banqueta.
Hoje, olhando para trás percebo as lágrimas e dramalhões mexicanos desperdiçados por motivos bobos.
Confesso, que dá um certo medo olhar pro jardim e perceber que ele não é tão imenso como eu acreditava. Que talvez eu devesse ter procurado melhor. Ou que hoje, eu esteja dando elevadíssimas proporções para algumas coisas não necessárias, sem ao menos procurar as respostas.
Definitivamente, não quero estar em uma sacada daqui 10 anos, percebendo que deixei alguns “anéis” caídos pelo caminho.
sexta-feira, 10 de agosto de 2007
Felicidade artificial
Alice levantava cedo todas as manhãs. Depois de colocar uma roupa básica, passava o pincel da maquiagem com uma sombra de tonalidade escura.
Ia para o corre-corre do dia e sabia que iria se deparar com uma mistura de sentimentos. Poucas eram as pessoas que notavam algo diferente no seu olhar.
A maioria achava que aquele era um dia normal, que ela estava feliz e educada como sempre. Alice sempre sorria para as pessoas e tentava passar a sensação de despreocupação aos que a cercavam.
Às vezes até demonstrava estar chateada, mas ninguém percebia. Vez ou outra escorria uma lágrima,que ela rapidamente se encarregava de limpar e corrigir a maquiagem borrada.
À noite, quando chegava em casa, a menina exausta tirava com um demaquilante toda a maquiagem. A cada passada do algodão apareciam as marcas de expressão em sua face, a cada passada do algodão, a imagem da garota feliz desaparecia. Só restavam os olhos tristes e o coração pesado.
A felicidade estava toda impressa no algodão.
domingo, 29 de julho de 2007
Fora de sintonia
Ela sentava nas margens de um riozinho que ficava do outro lado da rua de sua casa. Jogava três pedrinhas e com os olhos fechados lembrava os instantes que antecederam o fim.
A menina sabia que naquele instante tudo que até então havia vivenciado se tornaria passado. Foram tantos os apelos por mudanças. Tantas as promessas não cumpridas, tantos olhares dissimulados sem corresponder o afeto que ela docemente atribuía.
As lembranças do ex-amor haviam sido jogadas junto com as pedrinhas naquele modesto rio. Depois dos soltos pensamentos, fechou a sete chaves a ex-vida.
Ela então, se recompôs, levantou ávida e disposta a viver novamente.
(Tudo de blog)
quinta-feira, 19 de julho de 2007
O Happy Day!
Eu fico observando as famílias grandes. Às vezes, admito, até sinto uma invejinha por não ter uma família numerosa. Aqui em casa somos quatro, ops, perdão Kelly, cinco.
Imagino as brincadeiras de quem tem muitos irmãos, a infância deve ser mais divertida, apesar do lado ruim de dividir os brinquedos. Mas afinal, qual a graça de ter brinquedo se não tem com quem brincar?
Sempre achei o máximo, a família unida em volta de uma mesa, saboreando um delicioso almoço. Tipo Fat Family. Em que a conversa torna-se enlouquecedora, porque todos falam ao mesmo tempo e produzem um som nada acústico.
- (mãemepassaobrócolios,paioRonaldinhofezgol!Euvousairhoje
anoitenãomeespereprojantar).
Mas é claro que qualidade e quantidade são bem diferentes. Ter uma família grande não significa ter uma grande família, e essa , eu tenho.
Por mais que eu admire, eu sei que não importa o número de integrantes na família, se são muitos ou poucos. Duplas ou uma banda inteira. O que vale mesmo, é ser aquela família bem penteada e sorridente do comercial de margarina.
domingo, 15 de julho de 2007
Sobre as cicatrizes
Foi no ano de 2003, a família inteira lutava contra o câncer da minha avó. Ninguém precisava vestir capas de super heróis ou aprender a voar. A gente lutava com uma intensa dedicação e otimismo.
Só que a doença foi debilitando a saúde dela. De um dia para o outro ela precisava de ajuda no banho, para se alimentar, caminhar e para deitar. Mesmo fraca e com fortes dores, as unhas estavam sempre bem feitas e o cabelo arrumado. Ela era vaidosa.
A alimentação era meticulosamente calculada, as sopas tinham que ser batidas no liquidificador para ela conseguir, enfim, se manter forte e disposta.
Combater o câncer foi uma luta intensa e diária.Procurávamos um antídoto para esse mal, mas infelizmente, no dia 12 de outubro de 2003 minha avó não agüentou e mostrou pra gente quem era a verdadeira heroína dessa história com um final não tão feliz.
Eu procuro não pensar nessa fase triste, tento apagá-la da minha memória, mas sabe como é, por melhor que seja o Liquipaper, as marcas sempre permanecem.
sexta-feira, 29 de junho de 2007
A arte de desculpar
Na infância, quando discutia com a melhor amiga, meus pais ficavam de prontidão e autoritariamente nos mandavam estender as mãos e pedir desculpas. Eu não entendia o porquê. Mas sempre depois do pedido de desculpas as coisas se tornavam melhores do que eram. De alguma forma aquela palavrinha tinha poder.
Os anos passam, a gente cresce e os problemas também. Aprendemos o que significava realmente fazer as pazes. Sendo assim, as desculpas precisam ser melhores. Um aperto de mão apenas, não basta.
Os pedidos de desculpa às vezes podem vir sinceros com sorrisos e largos abraços. Algumas vezes chegam em palavras dentro da caixinha de correios numa manhã cinzenta. Os mais modernos alastram-se pelas caixas de e-mail.
Confesso que não sou a melhor para tentar me reconciliar. Mas sou muito boa em aceitar fazer as pazes. No fundo, eu sou um pouco daquela criança que quando briga, espera pelo estender das mãos da outra pessoa.
Fazer as pazes será constante em nossas vidas, pois como já dizia a sábia Clarice Lispector “Passei a vida tentando corrigir os erros que cometi na minha ânsia de acertar”.
sábado, 23 de junho de 2007
A canção que me faz mover os pés
Estava com 16 anos. A imaginação ia a mil, as aspirações eram maiores que a palma da minha mão poderia alcançar. Época de transição, só havia um refrão: “I wanted to be like you, I wanted everything”.
Colocava o cd da Michelle Branch no diskman e caminhava pelas ruas ensolaradas. A cada esquina que eu virava achava que iria me deparar com alguma cena como nos filmes. A velha história da mocinha que esbarra no mocinho. A pressa é tamanha que os livros dela caem no chão. Ele rapidamente abaixa-se para ajuntar. Em um gesto sutil eles encostam as mãos e o tempo parece parar. De pano de fundo toca a música mais linda, que para o meu gosto tinha que ser All you wanted da Michelle.
Durante muito tempo eu ouvia All you wanted esperando por uma cena semelhante. Mas aí, como a vida é o oposto do que a gente planeja. O mocinho apareceu num lugar cheio, longe da calmaria dos cantos dos pássaros, do sol das tardes. Surgiu à noite, em uma pista de dança e a música que era para ser essa, foi trocada por um techno, longe das canções românticas tocadas pela Michelle.
Mas não faz mal, eu ainda continuo mexendo os pés quando ouço as músicas da Michelle Branch.
sexta-feira, 8 de junho de 2007
15 pras 9
Aquela noite estava sendo difícil para ela dormir. Virava de um lado para o outro, arrumava os travesseiros de todos os modos. Mas no fundo, ela sabia que não estava ali o problema.
Mais cedo, às 08h45min ela tinha despedaçado um coração, e estava sentindo-se a megera da história. Quando fechava os olhos só conseguia lembrar-se do instante que deu a notícia que seria o fim para os dois. Ela não sabia o porquê, mas falar aquilo não foi tão difícil quanto olhar para os olhos verdes tristes, vidrados e molhados. A testa franzida dele de alguma maneira mexia com ela.
A madrugada silenciosa fazia com que ela só conseguisse lembrar-se das suplicações dele. As redundantes e costumeiras frases de sempre, mas que ainda assim, conseguiam atingi-la de alguma maneira.
O momento mais difícil foi jogar nas mãos dele, as cartas com letras de forma que ele fazia questão de escrever. Ela sabia que lá estavam todas as juras e vários “para sempre e por toda eternidade.” O sentimento era de como se estivesse enganando o destino, que ambos tantas vezes juntos traçaram deitados na grama.
Os travesseiros já estavam amarrotados e junto deles, os flashes daquele dia passavam em sua mente, eram mais intensos que o sono. Estava deitada uma garota que sentia que havia enganado o destino.
quinta-feira, 24 de maio de 2007
A cura que ninguém tem.
É pior que ficar três horas em uma fila de banco. É incomparável com a dor de dente. Com a dor de cabeça e com sapato apertado.
É do tipo de dor que nem o tempo cura. Os anos passam e a dor continua habitando a gente.
O tipo de dor que ninguém pode evitar, um dia vai acontecer. Não resolve com Analgésico nem terapeuta.
Estou falando da dor de perder alguém, seja alguém da família, amigo, inimigo, vizinho, cachorrinho. O pior dessa dor é que não é passageira. Pode se passar um ano, dois anos, dez décadas. A pessoa não volta numa tarde de domingo pra curar aquele espacinho dolorido que ficou entre nosso coração.
Acho que o pior de perder alguém é saber que o mundo não vai parar pra sentir essa dor conosco. E que com o passar do tempo, nossas lágrimas vão acabar virando apenas... Lágrimas.É uma dor angustiante que ao contrário do sapato apertado, ela não para quando o tiramos.
Como gostaríamos de ficar 6 horas na fila do banco por dia, ter dores de dente todo mês e unhas encravadas todos os dias, se em troca a gente tivesse as pessoas pra sempre conosco.Mas como ninguém nos dá o direito dessa troca, a gente continua aqui, reclamando das fortes enxaquecas e do troco errado do pão.
Dia desses li uma frase: “Quem inventou a distância, não conhecia a saudade”. Saudade é a palavra mais bonita do nosso vocabulário, porém, tente falar ela do fundo do coração sem encher os olhos d’água.
quarta-feira, 16 de maio de 2007
Nosso amigo de óculos cresceu
Sabe aquele mundo mágico que estávamos acostumados a ver, onde o mocinho era sempre ingênuo?
Com o surgimento de Harry Potter a gente tem a nítida impressão que os mocinhos se modernizaram. O real e o fictício cada vez se mesclam mais, junto ao espírito aventureiro, que toma conta do garoto que carrega em si um pouco da solidão.
Lembro até hoje quando li o primeiro livro, no auge da adolescência, a imaginação ia a mil. Potter, com certeza é uma marca da nossa geração. Percebemos durante todos esses anos a evolução e o crescimento do menino dos óculos arredondados que voa em sua vassoura. E que o tempo passou pra gente também.
Como será o final da saga de Harry Potter? Bem, não sei, acredito que saia do convencional “felizes para sempre” e nos surpreenda mais uma vez.
quarta-feira, 9 de maio de 2007
O amor com trilha sonora
Ele está por todos os lugares. Nas músicas, nos livros em forma de prosa, soneto e crônica, em pesquisas científicas, nos filmes, novelas, contos de fada e na vida real. É o tal do amor.
Você encontrou uma grande pessoa, ela não surgiu montada num cavalo branco nem marrom. Às vezes ela chega a pé, de bicicleta, carro e as mais exóticas chegam de pára-quedas. Não há um meio de locomoção específico. O amor também se moderniza.
Também não tocou a música mais linda no momento em que ambos se entre olharam, o tempo não parou. Não houve beijos na chuva e muitos menos corrida pelos campos verdes ornamentados por belos girassóis. O amor foi diferente do que você estava acostumado a ver e ler. Ele não tem pré-descrição, nem validade, pode durar dias, meses ou por toda eternidade.
O tempo passou, a paixão amenizou e os defeitos apareceram. Eis o grande mistério do amor. Acredito que amor seja o melhor amadurecimento para o ser humano. É saber dividir, voltar atrás, é aprender que ninguém vive por ninguém e sim, vive-se com alguém. Aprender que cada um pode ter sua trilha sonora e fazer do seu amor um romance de filme. Viver o romance dos filmes e poetas tem haver com lutar pra que essa chama não se apague. Pois como já dizia o grande poeta Manuel Bandeira: “Amor - chama, e, depois, fumaça.”
domingo, 29 de abril de 2007
Pensamentos avulsos.
"Estou com saudade de mim. Ando pouco recolhida, atendo demais ao telefone, escrevo depressa, vivo depressa. Onde está eu?
Preciso fazer um retiro espiritual e encontrar-me enfim - enfim, mas que medo - de mim mesma."
Clarice Lispector em "A descoberta do mundo".
segunda-feira, 16 de abril de 2007
O que é que as madeixas têm
De alguma maneira as madeixas compridas sempre fizeram parte da minha característica. Não é algo como a força que dava a Sansão. O cabelo comprido não revela meu poder, mas ele me dá identidade, a identidade da menina ingênua que pode usar tranças. E digo com experiência, quanto maior o cabelo melhor o cafuné.
Na época da infância mamãe me levava forçadamente para a cabeleireira, a desculpa era para cortar as pontas das longas madeixas (acho que eu me inspirava na Rapunzel). Sem que eu notasse, ela fazia o sinal para a tia do salão aumentar o comprimento da tesourada . E quando enfim eu olhava o corte através da imagem refletida pelo espelho, na expectativa pelo resultado final, desatava num choro desesperado, por achar que o um centímetro e meio que a tia cortou me deixou careca.
Apesar de sempre fazer questão de ter os cabelos longos, nunca estou satisfeita como eles são (será que alguém está?). Sempre invejei os cabelos das propagandas de shampoo, os cabelos fininhos que conseguem a incrível façanha de estar em um vendaval, com fios traspassando pra lá e pra cá e mesmo assim, continuam lisos, bonitos e nem um pouco bagunçados.
Alguns otimistas dizem que não preciso mudar o meu cabelo, que tenho que aceitar ser mais uma mortal insatisfeita... Mas sabe como é, Por mais que tentem nos convencer, a gente está sempre em busca do melhor shampoo pros nossos problem... ops, cabelos. Enquanto isso continuo deixando-o longo pro cafuné continuar sendo tão gostoso.