segunda-feira, 23 de outubro de 2006

Minha primeira década de vida.

Ouvindo: James Blunt - High
Humor: Surpresa

Sentada atrás da casa da minha avó, onde costumava ir. Tentei resgatar uma Caroline de 10 anos atrás.
Em 10 anos, alguns planos mudaram, os problemas eram outros, basicamente se igualavam a minha altura da época (nos desfiles de 7 de Setembro eu sempre era a última da fila).
A pele era menos marcada, e obstáculo pra mim era conseguir andar de patins com freio na frente ou responder a tabuada do 7 sem utilizar os dedos.
Os paralelepípedos de 10 anos atrás continuam os mesmos (isto é uma crítica). Alguns vizinhos se foram, outros continuam os mesmos.
A Araponga que o vizinho tinha e que é conhecida pelo seu inconfundível som, hoje não existe mais.
E a menina que planejava ser veterinária, arquiteta. atriz e professora, hoje faz Publicidade.

Há uma década atrás, meus dias eram passados boa parte na casinha de boneca.
Seria o ano que eu derrubaria a cadeira da cozinha em cima da unha do meu pé, o que faria com que ela caísse.
Também, era o auge da Angélica como apresentadora infantil e certamente eu estava ouvindo pela trigésima vez o seu CD. “Um limão, meio limão...” e lendo gibis da Turma da Mônica
.
A política ainda não era tão suja e boa parte dos carros eram movidos a álcool.
Há 10 anos a Ovelinha Dolly nasceu para a felicidade da ciência mundial.
Eu estaria tacando abacate na rua para que os carros passassem por cima, ou colocando as pobres formigas dentro de seringas com água.
Hoje, uma década a mais, pude constatar que cresci uns 20 cm, meu cabelo clareou um pouco, minha pele mudou, meus amigos são outros, e evoluí da escola onde era proibido mascar chiclete para a Universidade onde quase te deixam fazer tudo. E já consigo fazer a tabuada do 7 sem contar nos dedos.
10 anos fazem muita diferença, muitos planos se concretizam, outros não. O mundo evolui, a moda muda... Mas eu posso apostar que daqui a 10 anos os barulhentos paralelepípedos ainda continuarão por aqui.



E vocês caros leitores, o que estavam fazendo a uma década atrás?

segunda-feira, 16 de outubro de 2006

Lugarzinhos

Ouvindo: Sam Phillips - where the colors don't go
Humor: Preguiçosa

Não sou a maior fã de livros de auto-ajuda, porque acho que eles se tornam redundantes em alguns momentos. Todo mundo sabe que uma vida amando o próximo é fundamental e que antes de ajudar os outros temos que nos ajudar. Mas, se pudesse dar um conselho, seria pra que cada pessoa encontrasse um lugar, O seu lugar.

É importante ter um cantinho onde se esconder, um lugarzinho que ajude apertar o End do cérebro e só pensar no que realmente vale a pena pensar.
Quando eu era criança, o meu lugar era dentro do guarda-roupa, ta certo que os motivos pra ter um refúgio eram outros. (mamãe não me acha).

Todos deviam ter seu canto, não importa se é grande, pequeno, luxuoso ou simples ou se tem teto. Pode ser no quarto, na rua, na chuva, na fazenda ou numa casinha de sapê. Pode ser na janela da cozinha ou debaixo de uma árvore. Pra gente refletir não são feitas restrições.
O importante é encontrar um lugar pra desconectar das buzinadas, balas perdidas e de cobradores persistentes. Renovar o físico e a mente pra poder apertar no Send do cérebro de novo. Porque acredite ou não, mas a segunda-feira sempre aparece..