quinta-feira, 3 de novembro de 2011

ser quem se é

Na sintonia de: Young the Giant - Nobody

Ao revirar as páginas dos álbuns antigos, lembra quem foi um dia. Relembra da sensação doce de ser apenas uma menina com o resto da vida pela frente. Consegue puxar nas lembranças a sensação de ter sonhos ainda não desfeitos.

Os cheiros e as lembranças ainda estão latentes, sabe que a menina da foto ainda está aí, e isso machuca. O mundo não permite que seja essa garota pra sempre. Lá fora eles dizem com convicção: Hey, acorde! Cresça! Seja forte!

Os monstros na verdade existe sim, a diferença é que os medos não estão mais embaixo da cama, eles estão presentes todos os dias, nas manhãs cinzas, na dureza das palavras dos outros.
A única coisa que deseja é ficar embaixo da coberta e se esconder do bicho-papão. Respirar baixinho pra que ele não a encontre mais. Quer apenas andar por aí sem peso, se permitir a ser feliz e até a ser triste, sem mentiras, sem fingimentos, quer a doçura e a ternura de ser quem se é.



domingo, 11 de setembro de 2011

Licença Poética

Na sintonia de: Caetano Veloso - Sampa

Por enquanto, deixo a poesia de outras pessoas serem um pouco da minha, e aprendo com ela. Tô me alimentando do que é bonito, do que acredito, do que me faz dizer todos os dias: uma hora vai valer a pena.


“Enquanto não encerramos um capítulo, não podemos partir para o próximo. Por isso é tão importante deixar certas coisas irem embora, soltar, desprender-se. As pessoas precisam entender que ninguém está jogando com cartas marcadas, às vezes ganhamos e às vezes perdemos. Não espere que devolvam algo, não espere que reconheçam seu esforço, que descubram seu gênio, que entendam seu amor. Encerrando ciclos. Não por causa do orgulho, por incapacidade ou por soberba, mas porque simplesmente aquilo já não se encaixa mais na sua vida. Feche a porta, mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira. Deixe de ser quem era, e se transforme em quem é.”

 Fernando Pessoa

domingo, 17 de julho de 2011

O sol que eu mesma desenho

Na sintonia de: Legião Urbana - Giz

Na tentativa do mundo em endurecer a gente, vou seguindo, meio sem jeito, meio eloquente. Às vezes solitária, mas sempre com a esperança presente.

Na tentativa do mundo em endurecer a gente, corro mais rápido e evito ser abraçada pelas fúrias envolventes. Vou pra longe, sigo em frente.


Faço assim como Renato Russo: ‘’Eu rabisco o sol que a chuva apagou... Tudo bem, tudo bem.."

terça-feira, 8 de março de 2011

Ah, o destino

Na sintonia de: Gonzaguinha - Começaria tudo outra vez

Se tem algo que me encasqueta é esse tal destino, se é que ele existe. Ele, pretencioso como sempre, às vezes passa por mim e finge que nem estou aqui, outras me carrega por um mundo de sensações. O tal destino me deixa pensativa porque toda vez que estou prestes a esquecê-lo ele me cutuca com suas mãos invisíveis e me faz cafuné no coração.

O destino é sutil e em muitos momentos lento, mas ele sempre perambula por aí e me surpreende no caminho.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Última página

Na sintonia de: Tom Jobim - Chega de saudade

Todas as minhas últimas páginas de cadernos têm anotações. Algumas frases soltas que resolvi deixar registradas.

Quem diria que monólogos fossem tão importantes? Falar pra si mesmo pode ser um alívio tão ou mais gostoso quanto gritar aos sete ventos, a diferença é que você aprende a se guardar em segredo.

Quem disse que o revelador era essencial com toda a certeza não sentiu a magia de dialogar em pensamento.

Às vezes o que eu quero é isso: manter-me em segredo. Assim, na última página de um caderno que mais parece que ninguém vai se importar em alcançar ao fim.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Danças tão minhas

Na sintonia de: Marina Machado - Noites com sol

Mesmo sem jeito, mesmo com a timidez que prende os passos, uma hora ela sempre sai. Não adianta sentar, fingir que está tudo bem, olhar para o outro lado, algum sentimento simples sempre faz você querer participar da dança.

Porque danças nem sempre precisam de acompanhante, mas exigem ritmo, e é através do cotidiano que a melodia acontece.

Já dancei muito sozinha, já me escondi para não dançar. Mas não adianta, uma força maior não me deixa ficar parada e ela sempre me puxa pro meio da pista, sempre surge um livro para ler, uma música antiga para relembrar, um sentimento para descobrir, um passo novo para aprender.

Caio explica: [...] até mesmo quando nos recusamos a acompanhar a dança da vida, sem percebermos, ela nos tira pra dançar [...]

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Sobre minhas amigas imaginárias

Na sintonia de: Marcela Mangabeira - Só danço samba



Quando eu era pequena eu tinha três amigas imaginárias. A Trança (boazinha), Bianca (normal) e a Matriza (malvada e vilã). Não sei da onde eu inventei estes nomes, mas é engraçado ver que enquanto as crianças inventam um amigo, eu criei três.

Já li bastante artigo de psicólogos que avaliam este tipo de invenção importante na época da infância, pois é neste momento que a criança cria sua personalidade e começa a despertar a criatividade.

Até que um dia eu fiz alguma coisa errada - devo ter me sujado com lama, ou pintado a parede da casa com giz de cera ou batom - e minha mãe veio me perguntar porquê eu havia feito isto, eu espertinha culpei a Matriza, disse que ela era a responsável. Minha mãe preocupada, sentou comigo e explicou que a gente tem que assumir nossos atos, não podemos culpar os outros.

Quando a gente cresce, não há mais espaço para amigos imaginários e verdades inventadas. Também não é mais possível culparmos inocentemente o outro pelas nossas ações, o mundo lá fora exige explicações, implora por caráter, a gente aprende de vez que toda ação tem uma reação.

Há várias Tranças, Biancas e Matrizas dentro da gente, que se personificam durante o dia, que criam vida e se afloram com um impulso vital. Eu procuro manter a Matriza longe de mim, considero-a uma conhecida de longe, que avisto corriqueiramente virando uma esquina, mas que logo passa, logo vai embora, muitas vezes, sem deixar rastros. Quanto a Trança e a Bianca? Essas eu quero manter sempre por perto, Best Friends Forever, até o envelhecer, amigas até o último suspiro.

domingo, 9 de janeiro de 2011

2011 com estrelas

Na sintonia de: Fabio Góes - Sem mentira

Eu só quero um 2011 sem medo. Quero me permitir, quero viver com a leveza de um pássaro, quero sentir.

A vida só tem graça quando é assim. Chega de cama elástica, eu quero a montanha russa, o arrepio, o coração a mil.

2011 me aguarde, porque a diversão está só começando.