sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Sobre minhas amigas imaginárias

Na sintonia de: Marcela Mangabeira - Só danço samba



Quando eu era pequena eu tinha três amigas imaginárias. A Trança (boazinha), Bianca (normal) e a Matriza (malvada e vilã). Não sei da onde eu inventei estes nomes, mas é engraçado ver que enquanto as crianças inventam um amigo, eu criei três.

Já li bastante artigo de psicólogos que avaliam este tipo de invenção importante na época da infância, pois é neste momento que a criança cria sua personalidade e começa a despertar a criatividade.

Até que um dia eu fiz alguma coisa errada - devo ter me sujado com lama, ou pintado a parede da casa com giz de cera ou batom - e minha mãe veio me perguntar porquê eu havia feito isto, eu espertinha culpei a Matriza, disse que ela era a responsável. Minha mãe preocupada, sentou comigo e explicou que a gente tem que assumir nossos atos, não podemos culpar os outros.

Quando a gente cresce, não há mais espaço para amigos imaginários e verdades inventadas. Também não é mais possível culparmos inocentemente o outro pelas nossas ações, o mundo lá fora exige explicações, implora por caráter, a gente aprende de vez que toda ação tem uma reação.

Há várias Tranças, Biancas e Matrizas dentro da gente, que se personificam durante o dia, que criam vida e se afloram com um impulso vital. Eu procuro manter a Matriza longe de mim, considero-a uma conhecida de longe, que avisto corriqueiramente virando uma esquina, mas que logo passa, logo vai embora, muitas vezes, sem deixar rastros. Quanto a Trança e a Bianca? Essas eu quero manter sempre por perto, Best Friends Forever, até o envelhecer, amigas até o último suspiro.

3 comentários:

Eu Hein Natasha disse...

Vc tinha tres amigas e eu tinha um cachorro imaginário, q era meu sonho, mas meus pais não me davam, dai eu inventei um, ele morava no telhado da casa da minha viznha, em baixo da caixa d'água, onde tinha um espacinho. Ele era lindo, tricolor e fofo e peludinho, e eu jogava migalhas de pão do meu terraço pro telhado dessa vizinha...
Bons tempos
=D

Lucas disse...

A gente tem a mania de querer culpar os outros por nossos erros, nem que pra isso tenhamos que criar amigos imaginários.
Curti seu post
Abração

Muri. disse...

Tive o prazer de ouvir essa história das amigas imaginárias pessoalmente, e isso me faz mais feliz do que ler os seus textos sempre tão bons. (Desculpe!)

Beijo Carol, saudades SEMPRE.