quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Busca incessante

  Na sintonia de: Groove Armada-Lightsonic



De norte a sul, leste ou oeste, brasileiro, japonês, budista ou ateu, malabarista ou executivo, todo mundo quer conquistar alguma coisa durante esse percurso que a gente chama de vida. Algumas pessoas passam a vida inteira para conseguir realizar seus sonhos e seus interesses.

Tem gente que sonha ser dono de um carro conversível, de um corpo sinuoso, outros almejam ser dono de um coração que insiste em ser durão. Outros mais atrevidos sonham em dominar o mundo, os mais modestos se satisfazem em apenas comandar o controle remoto.

Talvez a essência da vida seja aspirar e ter garantias. Buscar um ideal nos fortalece como humanos, nos ensina a lutar com todas as nossas forças. Talvez essa essência seja a responsável pela busca desmedida que o ser humano se propõe durante toda sua jornada.

Tem alguns que dão tudo de si para conseguir essas conquistas, alguns ocupam lugares já ocupados sem se importar se será dolorido pra quem veio primeiro. Alguns preferem conquistar através da fé e outros através do esforço e do suor.

Sou a favor de lutar pra conseguir o que tanto queremos, sou a favor de sermos donos de alguma coisa, nem que seja do sorriso mais bonito do mundo. Tudo é válido, tudo é permitido. Só não vale trapacear.

domingo, 25 de novembro de 2007

O que eu quero ser

  Na sintonia de: Sam Phillips - Lalala

Esse ano talvez tenha sido o das descobertas pra mim. Desde pequena sempre gostei de ler e escrever, mas eu não achava que isso fosse mudar alguma coisa na minha vida. A verdade era que eu camuflava um prazer, por achar que ele não faria parte da minha realidade e do meu mundo de adulta.

Quando aceitei o desafio de escrever pro Tudo de Blog da Capricho, eu sabia que iria ser um acréscimo em minha vida, seria um treino às escuras de algo que sempre gostei: escrever.

Enquanto procuro um emprego na área, cada dia mais me apaixono e começo a aceitar que a escrita vai sempre fazer parte de mim, e quando perguntam qual a área a seguir, eu digo com o peito estufado: Quero trabalhar com redação.

O Tudo de Blog me abriu a mente, me deu a chance de conhecer um tanto de gente bacana que como eu, só estão buscando seu lugar ao sol. Me deu experiência e aceitei-a como um compromisso, levei a sério e escrevi tudo que a mente permitia e a alma exigia.

Além das experiências e desafios, o Tudo de Blog me deu a chance de reencontrar um sonho perdido e das descobertas não remuneradas, que estarão pra sempre guardadas em minha mente.

2007, grande ano, ano da experiência, ano de saber quem eu sou e o que eu quero.

terça-feira, 20 de novembro de 2007

Cheirinho de Panetone no ar

  Na sintonia de: Wilson Sideral - Fugindo de mim

Prezado Papai Noel, acredito que o senhor não deva ter muito tempo de sobra, mas peço encarecidamente que o senhor realize meus desejos.

Sei que você não é o gênio da lâmpada, mas eu queria muito que nesse final de ano você desça pelas chaminés, ou churrasqueiras das casas e coloque um punhado de motivação e felicidade embaixo das árvores de natal de cada um.

Você que está sempre vestido de vermelho, por favor, traga um pouco de paixão para as pessoas desacreditadas no amor.

Venha, e traga um cobertor para o menino que mora na rua ou uma injeção de ânimos para a as pessoas que até no verão escaldante estão sentindo-se frias.

Traga uma caixinha de gargalhadas, pode ser daquelas até doer à barriga. Aceito tamanho P, M ou G.

Se o senhor puder, mande uma vaga de emprego dos sonhos pra cada um, daqueles empregos que a gente não tem raiva de acordar (inclusive pra mim).

Se não for muito, gostaria de pedir um pouco de chuva pras regiões secas e sol pras pessoas que perderam suas casas e viram seus sofás e mesas levados pela correnteza.

Se o senhor fizer isso por mim, prometo ser uma boa menina, vou estudar, não brigarei com meu irmão e não reclamarei quando papai me mandar lavar a louça do almoço.

Um beijo Carol.

sábado, 17 de novembro de 2007

Fitinhas vermelhas

  Na sintonia de:Maria Mena - Internal Dialogue



Depois de um dia exaustivo em que a gente se sente a bolacha quebrada do pacote, precisamos de um abraço quentinho, um cafuné no cabelo, ou até mesmo um silêncio acolhedor.

Eu tenho uma super amiga de quatro patas com direito a fitinha vermelha nas orelhas, ela me ouve e invoca um olhar compreensivo.
Quando estou doente, ela me cura com suas lambidas. Me faz sentir a Madonna mesmo quando estou com a cara amassada e descabelada. Amiga em qualquer circunstância, amiga que dá sem pedir nada em troca.

Faz eu me sentir uma triatleta quando me obrigada a atirar o brinquedo de borracha e eu corro pra cima e pra baixo. E é aí que eu percebo como o sedentarismo está aguçado em mim.

Me faz dar mais valor pro meu almoço, já que ela olha fixamente pro meu prato, como se todo dia tivesse lasanha aos queijos, mesmo que tenha apenas um simples arroz com molho.

Todo dia faz eu me sentir a mais importante pessoa do planeta, quando chego em casa e recebo pulos e mais pulos de contentamento. A comemoração é maior que de um gol da torcida do flamengo.

Só ela consegue me tirar de casa quando estou usando uma calça velha, e camiseta de propaganda furada pra dar uma voltinha no quarteirão.

Com ela, não preciso de despertador, pois a cada amanhecer, ela me desperta pra mostrar que tenho um dia a mais pra comemorar. É a Kelly, meu bichinho de quatro patas que vive a vida melhor que muita gente com dedos polegares opositores.

terça-feira, 6 de novembro de 2007

Prisão Perpétua

  Na sintonia de: Lulu Santos - Contatos



Era um verão escaldante, mas não pudemos dormir com as janelas abertas, porque era perigoso.
Era uma manhã cheia de orvalhos, mas a gente não viu, porque era perigoso.
Era uma tarde de primavera agradável e colorida, mas não pudemos apreciar as flores porque era perigoso.

Quantas noites tranqüilas, com os bancos fechados, carros estão parados e estrelas e céu enluarado a gente não perdeu, porque é perigoso?Trancar as janelas faz a gente perceber que não vivemos em um conto de fadas.

Dizem que somos livres para ir e vir, mas eu ouço essa frase desconfiada, afinal, não é possível ser livre vivendo com medo. Aliás, esse tal medo nasce conosco e só vai se proliferando conforme a gente cresce.

Liberdade discutível quando eu levo alguns minutos para destrancar a tetra-chave aqui de casa que protege a família. Ou quando eu tenho que enxergar a paisagem lá fora, por grades de ferro.

Desconfio quando ouço barulhos no meio da noite, e quando paro no semáforo com as janelas do carro fechadas, me impossibilitando de sentir o cheiro da noite.
Desconfio essa tal liberdade que nos faz perder momentos mágicos e que temos que pedir licença pra viver. Pra mim, a liberdade não é ver o mundo pelo buraco da fechadura, isso chama-se prisão perpétua.

Podemos ficar horas e horas conversando e questionando esse assunto, ele vem da história, vem da psicologia, vem do humanismo que falta pra tanta gente. Mas enquanto nós cidadãos que pagamos impostos - altíssimos por sinal -, cidadãos que trabalham, estudam e agüentam inúmeras atrocidades, não temos disponível guarda-costas, coletes a prova de balas, alarmes e carros blindados, temos que nos debater, pois as algemas estão conosco, agora só falta alguns políticos nos alcançarem as chaves para sentirmos enfim, essa tal liberdade.

domingo, 4 de novembro de 2007

Nosso megafone

  Na sintonia de: Cidadão Quem - O amanhã colorido

Há alguns anos atrás contar nossos dias começava com um trivial “meu querido diário”, nossos medos, angústias e alegrias eram escritos a mão com canetas coloridas em um livrinho perfumado, que carinhosamente denominávamos como nosso amigo.

Agora, na era tecnológica e virtual, surgem os blogs. O que antes era trancado a sete chaves, hoje é protegido por senhas, o que antes era somente um escape para contarmos nossos dias, hoje é um meio de expor nosso ponto de vista. O que antes era apenas um segredo íntimo, hoje está aberto para qualquer um ler.

Ter um blog não tem pré-requisitos ou um perfil determinado, tem a ver com nossas necessidades, nossa vontade de expressar os sentimentos e os conflitos existências. É o nosso megafone que permite desabafar sem qualquer tipo de censura.

Então, meninas, meninos, atarefados ou não, devotos, cristãos, políticos, boazinhas, “mazinhas”, todos tem permissão para entrar nesse mundo e se manifestar. Afinal de contas, todo mundo tem muita história pra contar.