domingo, 10 de dezembro de 2006

Vida = Um banho de mar

Ouvindo: Foo Fighters- Next year
Humor: Feliz e saltitante

Existe uma época do ano onde as pessoas são mais felizes.
Uma época em que os tons das cores, o fim das tardes e da pele das pessoas se tornam mais fortes e coloridos.
Somente nessa época as preocupações são verdadeiramente deixadas de lado. Somente nessa época todos os planos são renovados e lançados para o próximo ano que virá.
Momentos do corre-corre na compra dos presentes pros familiares, mesmo com a grana curta, a gente sempre dá um jeito de comprar uma lembrancinha especial e útil.
Onde as desavenças e os momentos ruins ocorridos, já fazem parte do passado, porque a gente só consegue enxergar o futuro.
Época na qual, até os menos supersticiosos não descartam a roupa branca, a tradicional lentilha, pular as sete ondas ou jogar flores a “Iemanjá” .
Até mesmo a pequena casa da praia consegue abrigar todos os familiares, tios, amigos, os primos de 1º, 2º, e até de 3º grau que na realidade a gente nem sabe direito quem são.
Ao contrário dos filmes natalinos americanos, é a época que o sol é o maior aliado da alegria das pessoas. Porque gelo, só se for na caipirinha.
Alguns chamam de final de ano, outros de temporada. Eu chamo da época de renovações.

quinta-feira, 30 de novembro de 2006

O mundo é meu, o mundo é teu, o mundo é de todo mundo.

Ouvindo: Alexi Murdoch - Orange Sky
Humor: Satisfeita

Era uma vez José e Maria, pessoas simples que carregavam a esperança em seu olhar. No auge dos seus 14 anos, eles se conheceram e Maria por falta de informação ou descuido engravidou. Ao contar para seus pais que eram pessoas simples, foi expulsa de casa e sem a esperança que antes existia em seus olhos, resolveu fugir com José para construir uma nova vida. Afinal, eles iriam ter uma família, a sua família.
No começo, a novidade e a serotonina estavam aguçadíssimas. Encontraram uma casinha velha, porém, Maria fez questão de colher flores, daquelas de jardim mesmo, para tornar seu cantinho mais aconchegante.
Com o passar das semanas as flores murcharam, o dinheiro para o aluguel da casa não aparecera, e o amor de ambos que antes era imenso, estava menor que a barriga de 9 meses de Maria.
O bebê nasceu, era um menino com o nariz do pai, com os olhos da mãe, e com o cabelo... Bom, o cabelo ainda não tinha aparecido.
José não tinha um emprego fixo, fazia um “bico” de vez em quando como servente de pedreiro, e o pouco que recebia era gasto nos impostos da fralda e leite para seu filho.
Ah, esqueci de mencionar, depois do primeiro filho vieram mais cinco.
A esperança de Maria e José que aos 14 anos sustentavam suas vidas, hoje fora transferida para seus filhos.
Joaquim, o filho primogênito já estava com sete anos, era um menino serelepe e inteligente. Mas passava a maior parte do dia tendo que cuidar dos outros quatro irmãos pequenos. O sonho de Joaquim era ser jogador de futebol, vez ou outra treinava no terreno baldio do vizinho. Ele tinha um pôster do Ronaldinho Gaúcho colado na parede do quarto que dividia com os irmãos.
Um dia a filha caçula do casal estava com uma grave pneumonia. Seus pais aflitos, a levaram para o hospital que estava lotado. Seu pai não se conformava porque não tinha os mesmos direitos que a senhora que chegou de Audi no mesmo hospital e furou a fila, será que era por que ela tinha um tal de plano de saúde?
A vizinha do casal recomendou um chá, disse que ia curar. Infelizmente não curou. A filha caçula não resistiu e morreu dois dias depois.
Vendo a situação de sua família, Joaquim resolveu ajudar seus pais, começou a vender balas e algodão doce no sinal de trânsito. Vendia em média 15 por dia. Às vezes mais, às vezes menos. A escola que antes era um dos seus programas prediletos, não era mais tão freqüentada por ele.
Hoje, Joaquim está com 16 anos, não é jogador de futebol, não freqüenta mais a escola, cresceu vendo cada dia que passava sua mãe ganhar marcas tristes de expressão no rosto, seu pai desacreditado mal vinha para casa. Hoje, o futuro jogador de futebol é traficante, têm no seu currículo, furtos, tráfico de drogas e um assalto à mão armada na casa daquela mesma senhora que furou a fila do hospital, onde sua irmã não teve as mesmas chances e morreu.

Ops, mas cadê o final feliz? Ah, esqueci, essa não é uma história fictícia, ela está presente nas estatísticas brasileiras.
http://noticias.terra.com.br/brasil/interna/0,,OI1254494-EI994,00.html

sábado, 25 de novembro de 2006

A gente espera do mundo e o mundo espera de nós.

Ouvindo: Lenine - Paciência
Humor: Bem

Estamos vivendo a era “deixa pra outro dia, porque hoje to com pressa”. Sinto-me culpada cada vez que essa frase é pronunciada tão espontaneamente.
Acho que deveríamos nos dar o direito de ser um pouco “Seu Madruga” de vez em quando. E foi pensando nisso que inventei meu mundo imaginário, onde baixaria uma lei para que algumas regras fossem modificadas.

A começar pelas semanas, teríamos direito a cinco dias livres, pra ficar junto de quem a gente gosta, para começar a faxina na gaveta, terminar de ler aquele livro de 500 páginas empoeirado na estante, notar mais o sorriso de uma criança. Ter tempo pra levar o cachorro pra passear e rolar na grama sem pensar nas formigas e na roupa que vai sujar. E nos dois dias restantes, como a gente precisaria sobreviver, seriam os dias para trabalhar e estudar.

No meu mundo imaginário, todos seriam bem remunerados. No mundo perfeito não existiria políticos, e se houvesse, seriam voluntários, assim como alguns bombeiros aqui da cidade que se disponibilizam a ajudar as pessoas, pelo simples fato de serem humanos. No meu mundo imaginário não existiria Bin Laden, Bush, partidos políticos, PIRIRI, PORORO ou qualquer coisa do gênero. Todas as pessoas teriam direito a moradias dignas e seriam companheiras, como nas vilas que a gente costumava ver em filmes antigos. Daquele tipo de vizinhos que a gente pode pedir emprestada uma xícara de açúcar.

No meu mundo perfeito em todas as cidades haveria praias com águas límpidas e mornas. Faria sol com um vento agradável que permitiria que o cabelo esvoaçasse, igualzinha a menina da propaganda de Shampoo. A infância iria passar menos depressa, e as Barbies jamais sairiam da moda. Crianças teriam direito a piscinas com trampolins e álbum de figurinhas. Os Guarda-chuvas seriam mais resistentes e conseguiriam evitar que a gente se molhe. Seria perfeito se a gente pudesse ainda dormir com as janelas abertas a noite sem o medo de acordar com um revólver mirado na nossa face. Doenças não existiriam, o câncer já teria cura. No máximo uma gripezinha, afinal os médicos precisariam sustentar suas famílias.

O Brasil seria o país dos exemplos, ainda a terra de gente trabalhadora e bonita, mas seu slogan principal sem dúvida “Um povo feliz e alimentado.” Rocinha seria um parque de diversões, Brasília conhecida unicamente por sua arquitetura.

Mensalão apenas um aumentativo para a palavra mensal. Família seria nossa maior empresa, e estritamente proibido que eles algum dia nos deixassem. Saudade a gente só teria do inverno ou do verão. Despertadores seriam abolidos. Viajar faria parte da rotina. Dormir tarde e acordar tarde, nada mais normal. Marcos Valério, Fernandinho Beira-mar, José Dirceu, seriam somente nomes, assim como João e Maria.

No meu mundo perfeito, amor jamais sairia de moda ou seria anormal, apenas um dos muitos sentimentos fundamentais pra se viver.
Assim seria meu mundo dos sonhos, permitira que alguns valores fossem resgatados e falo verdadeiramente de sonhos, de desejos, e não do sonho da padaria do Joaquim.

terça-feira, 21 de novembro de 2006

Coisinhas que fazem diferença em um dia.

Ouvindo: Marisa Monte - Até parece
Humor: Calma

Você já deve ter tido a sensação de que para o dia ser agradável, é necessário alguns requisitos básicos.
Pra você que não precisa do silêncio cedo da manhã. Tente ouvir Marisa Monte com fones de ouvidos. Cuja voz é tão macia e suave feito algodão doce.
Outro dia peguei ônibus e o motorista estava empolgado ouvindo rádio. E caro leitor, te digo uma coisa, carregue seus fones sempre com você se pegar ônibus for uma rotina pra você. Ou vai sair decorando todas as letras de músicas sertanejas ou então, será obrigado a ouvir pronunciamentos do excelentíssimo presidente da república.
Outro requisito básico é rezar pra que em plena segunda-feira chuvosa e fria não tenha prova na primeira aula.
Ainda na segunda-feira chuvosa e fria, reze pra que você tenha saído de casa com um calçado fechado, não entendo como as poças costumam sempre atravessar o nosso caminho nesses dias...

Outras coisas que fazem diferença em um dia:
- Dias que antecedem as férias
- Lidar com pessoas bem humoradas
- Creme pra cabelo sem enxágüe
- Café de cafeteira.
- Ouvir palavras agradáveis.
- Sofás confortáveis
- Warner Channel

segunda-feira, 23 de outubro de 2006

Minha primeira década de vida.

Ouvindo: James Blunt - High
Humor: Surpresa

Sentada atrás da casa da minha avó, onde costumava ir. Tentei resgatar uma Caroline de 10 anos atrás.
Em 10 anos, alguns planos mudaram, os problemas eram outros, basicamente se igualavam a minha altura da época (nos desfiles de 7 de Setembro eu sempre era a última da fila).
A pele era menos marcada, e obstáculo pra mim era conseguir andar de patins com freio na frente ou responder a tabuada do 7 sem utilizar os dedos.
Os paralelepípedos de 10 anos atrás continuam os mesmos (isto é uma crítica). Alguns vizinhos se foram, outros continuam os mesmos.
A Araponga que o vizinho tinha e que é conhecida pelo seu inconfundível som, hoje não existe mais.
E a menina que planejava ser veterinária, arquiteta. atriz e professora, hoje faz Publicidade.

Há uma década atrás, meus dias eram passados boa parte na casinha de boneca.
Seria o ano que eu derrubaria a cadeira da cozinha em cima da unha do meu pé, o que faria com que ela caísse.
Também, era o auge da Angélica como apresentadora infantil e certamente eu estava ouvindo pela trigésima vez o seu CD. “Um limão, meio limão...” e lendo gibis da Turma da Mônica
.
A política ainda não era tão suja e boa parte dos carros eram movidos a álcool.
Há 10 anos a Ovelinha Dolly nasceu para a felicidade da ciência mundial.
Eu estaria tacando abacate na rua para que os carros passassem por cima, ou colocando as pobres formigas dentro de seringas com água.
Hoje, uma década a mais, pude constatar que cresci uns 20 cm, meu cabelo clareou um pouco, minha pele mudou, meus amigos são outros, e evoluí da escola onde era proibido mascar chiclete para a Universidade onde quase te deixam fazer tudo. E já consigo fazer a tabuada do 7 sem contar nos dedos.
10 anos fazem muita diferença, muitos planos se concretizam, outros não. O mundo evolui, a moda muda... Mas eu posso apostar que daqui a 10 anos os barulhentos paralelepípedos ainda continuarão por aqui.



E vocês caros leitores, o que estavam fazendo a uma década atrás?

segunda-feira, 16 de outubro de 2006

Lugarzinhos

Ouvindo: Sam Phillips - where the colors don't go
Humor: Preguiçosa

Não sou a maior fã de livros de auto-ajuda, porque acho que eles se tornam redundantes em alguns momentos. Todo mundo sabe que uma vida amando o próximo é fundamental e que antes de ajudar os outros temos que nos ajudar. Mas, se pudesse dar um conselho, seria pra que cada pessoa encontrasse um lugar, O seu lugar.

É importante ter um cantinho onde se esconder, um lugarzinho que ajude apertar o End do cérebro e só pensar no que realmente vale a pena pensar.
Quando eu era criança, o meu lugar era dentro do guarda-roupa, ta certo que os motivos pra ter um refúgio eram outros. (mamãe não me acha).

Todos deviam ter seu canto, não importa se é grande, pequeno, luxuoso ou simples ou se tem teto. Pode ser no quarto, na rua, na chuva, na fazenda ou numa casinha de sapê. Pode ser na janela da cozinha ou debaixo de uma árvore. Pra gente refletir não são feitas restrições.
O importante é encontrar um lugar pra desconectar das buzinadas, balas perdidas e de cobradores persistentes. Renovar o físico e a mente pra poder apertar no Send do cérebro de novo. Porque acredite ou não, mas a segunda-feira sempre aparece..

quarta-feira, 13 de setembro de 2006

Sobre a vida.

Ouvindo: Sarah Mclachlan - Possession
Humor: Desestressada

Lá se vai mais um ano. Infelizmente o que estava no papel nem sempre se concretiza. Planos, apenas planos.


“Dizem que a vida é curta, mas não é verdade. A vida é longa para quem consegue viver pequenas felicidades.
E essa tal de felicidade anda por aí, disfarçada, como uma criança traquina brincando de esconde-esconde.
Infelizmente, às vezes não percebemos isso e passamos nossa existência colecionando nãos: A viagem que não fizemos, o presente que não demos, a festa à qual não fomos. A vida é mais emocionante quando se é ator e não espectador, quando se é piloto e não passageiro, pássaro e não paisagem.
E como ela é feita de instantes, não pode nem deve ser medida em anos ou meses, mas em minutos e segundos.”

terça-feira, 5 de setembro de 2006

Identificar é...

Ouvindo: Tyler Hilton and Bethany Joy L - When The Stars Go Blue
Humor: Satisfeita

Desde o momento em que mostramos o rosto pro mundo, nos identificamos e abominamos “alguéns” e algumas coisas.
Crescemos buscando afinidades, seja uma cor predileta, uma comida, música, banda, filme etc.
Na infância, quando chegávamos numa escola nova, não sei o que fazia a gente se identificar com aquele coleguinha que sentava na fileira de trás perto da janela. E também não sei por que não tinha jeito de ser amigo do que sentava na fileira da porta (será que era por que ele gostava de amarelo?) assim ia seguindo nosso processo de escolhas e seletividade, devia acontecer sem um porque concreto ou cientificamente comprovado.
Quando a gente cresce (hoje em dia não tão crescidinhos assim) tentamos encontrar um amor que tenha afinidades conosco, contrariando a velha frase clichê de que "Os opostos se atraem." E AI dele se ele disser que gosta de comer Cebola crua. Por mais que você diga que cada um tem seu gosto, vai fazer uma cara extremamente feia toda vez que ele comer a bendita cebola na sua frente.
Os melhores amigos que a gente faz no decorrer da vida, involuntariamente são os que a gente mais encontra afinidades. Aquele amigo que você pode passar tardes e mais tardes a fio conversando sobre a nova coletânea do vocalista de ‘Boys band” preferido. Dos autores que ambos gostam, sem que ele olhe com uma cara de “do que diabos você ta falando?”, e que goste das mesmas cafonices e ache isso o máximo dos máximos.
E se mesmo com o passar do tempo vocês sigam a vida cada um de um de um jeito diferente, quando o encontro acontecer, sempre tentarão o feedback e resgatar no fundo beeem no fundinho as poucas afinidades que ainda existem.
Por mais que a gente diga que aceita o gosto de cada um, na verdade algumas vezes estamos querendo ser educados, no fundo podemos até aceitar.
Mas que realmente é mais gostoso ter companhia pra assistir e cantar de cor as músicas da sua banda favorita que está na cidade, isso realmente é!

segunda-feira, 28 de agosto de 2006

Quando crescer quero ser...

Ouvindo: Tom Jobim - Luiza
Humor: Confusa

Quando eu era criança, escrevia meus planos para o próximo ano que estava por vir. Fazia uma lista do que eu esperava. Dos sonhos que almejava realizar, do que eu queria mudar em mim. Anotava num papel e deixava engavetado, na esperança que as coisas fossem mudar. Não sei por que acreditava que um foguetório e uma simples mudança de número iria transformar minha vida em algo melhor. Eu acreditava com todas minhas forças nisso e ainda acredito.
Eu fui percebendo meus erros com o tempo pelo fato de admirar as virtudes das pessoas. Tudo que eu admiro delas, é o que na verdade eu gostaria que fizesse parte da minha lista de bens eficazes como pessoa.
Admiro as pessoas corajosas e por admirá-las, percebi que abomino meu jeito medroso de ser.
Admiro o fato de pessoas conseguirem seguir a risca aquela velha frase “se a vida te dá um limão, faça dele uma limonada”.
Admiro quem já pulou de pára-quedas, quem sabe virar estrelinha (minha maior decepção foi nunca ter aprendido). Pessoas motivadas e sem marca de travesseiro às 07h00min da manhã (como elas conseguem?). Praticantes de esporte, Quem sabe comer molho de tomate sem derrubá-lo na roupa, Pessoas que não precisam fazer contas nos dedos. Mulheres que andam o dia inteirinho de salto-alto.Político que não rouba.Pessoas bem sucedidas, quem não altera a voz durante uma discussão, vegetarianos, poliglotas, quem sabe falar francês, quem consegue passar o cartão magnético do lado certo, pessoas que não viram pro lado e dormem de novo depois do despertador tocar.
Depois de todos esses anos admirando as pessoas, a listinha que antes era de papel agora é mentalizada, tenho ela de cor e procuro lembrar nos 365 dias, acredito que algum dia essa listinha vai servir pra alguma coisa.

"Até cortar os próprios defeitos pode ser perigoso. Nunca se sabe qual é o defeito que sustenta nosso edifício inteiro."
(Clarice Lispector)

quarta-feira, 23 de agosto de 2006

Etiqueta no ônibus

Ouvindo: Coldplay - The Scientist
Humor: Crazy

Não sei se algum desocupado de plantão já pensou em fazer um manual de boas maneiras dentro de um ônibus.
Eu nunca li nada a respeito, mas por necessidades cotidianas me vi obrigada a fazer.

•Principalmente cedo da manhã é importante o silêncio. Se você reencontra uma amiga, por favor, fale baixo. O tico e teco não estão preparados para ouvir estórias alheias.

•Aquele verão de rachar 40º lá fora, as janelas todas fechadas. Você reza para que todos os santos te ajudem. Não pense apenas no vento que vai estragar o seu penteado, mas também na circulação necessária pra ninguém desmaiar.

•Em qualquer momento, mas principalmente no verão, não esqueça do essencial DESODORANTE .Você e ele devem andar sempre juntos, como grandes amigos. Afinal nunca saberemos se o ônibus vai estar cheio e se terá que ficar com os braços pra cima. (Pense em quem está do seu lado).

•Não fale de assuntos pessoais ou destile veneno de alguma pessoa, quando você menos esperar ela pode estar atrás de você.

•Quando alguém faz o favor te de dar o lugar para sentar, Agradeça! Ninguém tem a obrigação de levantar, todos estão pagando e corremos riscos, caso o ônibus bata.

•Seja gentil com o cobrador e motorista.

•Quando precisar sair peça licença. Prometo que não faz mal a ninguém.

•Não coloque suas sacolas de compras no banco ao seu lado, tenho a certeza que elas não precisam descansar como as pessoas que voltam do trabalho em um dia cansativo.

•Caso esteja em pé, não vinge nas pessoas que estão sentadas. Não se apóie no corpo delas. Ninguém gosta de ficar com uma sacola plástica no meio do rosto.


Se você se identificou com alguns dos itens acima, tenha absoluta certeza que não é mera coincidência.

terça-feira, 15 de agosto de 2006

Definição

Ouvindo: Os carros passando na rua
Humor: Feliz

"O amor não é uma tabela do Excel, na qual você cria colunas com os pontos positivos e negativos das pessoas e depois aperta o botão para a soma automática, a fim de determinar se é devido algum respeito." (Do livro: Como se tornar um líder servidor - Os princípios de liderança de O Monge Executivo).



Eu gosto dessas frases nos livros que passam algumas vezes despercebidas. Elas fazem tanto sentido.

sexta-feira, 11 de agosto de 2006

Século 21

Ouvindo: Sarah McLachlan - I Will Remember You
Humor: Brava

Como de costume, todos os dias abro o site do Terra . E com mais freqüência me deparo com manchetes do tipo: “Guiness Book: Mulher entra para o livro dos recordes por ter 76 cm de unhas.” Fui ver a foto, as unhas da dita cuja, batem nos seus pés. Desde 1976 está concorrendo. Isto quer dizer que ela não corta suas unhas há um bom tempinho. (Cara de espanto).
Outro dia a manchete se tratava de uma Indiana que casou com uma cobra.
Por mais que a notícia soe um pouco “diferente” do normal que a gente ta acostumado, há pessoas como eu que lêem. Daí a tendência dessas manchetes aumentarem de circulação.
O mundo tá cada vez mais engraçado e de ponta-cabeça. Tá, eu sei que é um papo de velha, mas é nítido como os valores inverteram.
De vez em quando eu fico pensando: O que as outras pessoas tão fazendo nesse exato momento, será algo inescrupuloso? Na China deve ter gente dormindo, na Alemanha comendo chucrute, será que a Xuxa já acordou?E o José de Pindamanhangaba, deve estar já 3 horas e meia no trabalho pesado, enquanto tem gente roubando seu carro.
Tudo está se tornando o oposto do que era, imaginem que as pessoas criticam a Sandy por ser “santinha”! Eis o século 21.
Não estou aqui pra dar lição do que é certo ou errado. Aliás, quem não é um pouco esquisito? Eu por exemplo gostava de novelas mexicanas...

domingo, 6 de agosto de 2006

Mundo veloz.

Ouvindo: Zélia Duncan - Enquanto durmo
Humor: Bem

É fato que não podemos ficar parados no tempo, tem um mundo lá fora que precisa de mais um pobre mortal.
Nos chacoalhões do ônibus pensar na vida é constante. Pensamentos não tão complexos, afinal é impossível pensar difícil às 06h30min da manhã num dia de inverno.
Vocês já perceberam como as pessoas ficam enigmáticas cedo da manhã? São quietas, suas faces tornam-se sérias e distantes naquele instante que estão indo a caminho do trabalho.
Dentro de uma condução você passa a reparar nas pessoas, cada uma com suas peculiaridades. Seja o cobrador que vive perdendo a hora de acordar e tem que embarcar num ponto de ônibus qualquer pra começar a trabalhar (Eles também perdem o ônibus). Seja a menina que dormiu tarde porque tinha um trabalho de Álgebra pra terminar, a mulher que todo dia senta na frente do lado da janela. Ou a senhora que sempre olha pro termômetro da rua.
Depois que a viagem acaba, somos obrigados a desamassar o rosto mal dormido, e guardar os pensamentos avulsos que só se voltam mais tarde. Pois chegou o momento de ir pra incrível jornada de trabalho, estudo, ou qualquer coisa do gênero.
Fui a uma palestra um dia desses e o palestrante disse que se a pessoa ao ouvir a música do Fantástico no domingo a noite fica desesperada. Deve pedir demissão no mesmo momento, pois não gosta do que está fazendo. Não concordo, por mais que você goste do teu trabalho, a preferência é sempre ficar com os familiares num final de semana de pés pro alto.
À noite, depois da jornada de trabalho, aqueles pensamentos da manhã retornam e a gente os termina. Algumas vezes com uma explicação, outras a gente deixa pairar no ar. Afinal, já pegamos no sono porque amanhã começa tudo de novo.

"Um dia desses, eu separo um tempinho e ponho em dia todos os choros, que não tenho tido tempo de chorar." (Carlos Drummond de Andrade).

domingo, 23 de julho de 2006

Modernidade.

Ouvindo: U2 & Mary J Blige - One Love
Humor: Feliz

Nada Mudou

"O collant virou body
O rouge virou blush
O pó- de- arroz virou pó- compacto
O brilho virou gloss
O rímel virou máscara
A lycra virou stretch
Anabela virou plataforma
O corpete virou porta-seios
Que virou sutiã
A peruca virou aplique, interlace, megahair
A escova virou progressiva
E na pele ficou agressiva..
"Problemas de moça" viraram TPM
Confete virou MM
A crise de nervos virou stress
A chita virou viscose.
A purpurina virou gliter
A brilhantina virou mousse
Os halteres viraram bomba
A ergométrica virou spinning
A tanga virou fio dental
E o fio dental virou anti-séptico bucal
Ninguém mais vê...
Ping-Pong virou Babaloo
O la carte virou self-service
O espaguete virou lasanha
O silicone virou sanha
A paquera virou pegação
A gafieira virou dança de salão
O que era praça virou shopping
O mar virou lama
A areia virou ringue
A caneta virou teclado
O long play virou CD
A fita de vídeo é DVD
O CD já é MP3
É um filho onde éramos seis
A foto é digital
O namoro agora é virtual
A cantada virou torpedo
E do" não" não se tem medo
O break virou street
O samba, pagode anatômico
O carnaval de rua virou Sapucaí
O folclore brasileiro, halloween
O piano agora é teclado
O forró ficou eletrônico
Fortificante não é mais Biotônico
Bicicleta virou bike
Polícia e ladrão virou counter strike
Folhetins são novelas de tv
Fauna e flora a desaparecer
Lobato virou JK Rowling
Caetano virou um chato
Chico sumiu da fm tv
Baby se converteu
RPM desapareceu
Elis ressuscitou?
Gal virou fênix
Raul e Renato,
Cássia e Cazuza,
Lennon e Elvis,
Todos anjos
Agora só tocam lira...
A bala encontrada agora é perdida
A violência esta coisa maldita!
O professor é agora o facilitador
As lições já não importam mais
A guerra superou a paz
E a sociedade ficou incapaz..."

terça-feira, 11 de julho de 2006

Nostalgia

Ouvindo: treck treck do teclado
Humor: Nostálgica



Acho que eu tenho um espacinho na memória onde todas as lembranças da infância ficam engavetadas, e eu abro só em momentos nostálgicos.
Lembro dos filmes que assistia quando criança, eu queria muito correr pelos campos planos, repleto de flores amarelas e aquelas brancas que a gente assopra ao vento. Depois, iria deitar entre elas, exatamente como eu assisti no filme Heide - Era um sonho me imaginar entre as flores.
Não sei como pude engavetar um desejo tão inocente. À medida que o tempo passa e a gente cresce, deixamos a inocência de lado e as idealizações se tornam mais complexas de serem realizadas, aí o motivo por tanta gente se sentir infeliz.
Foram-se os dias em que eu me contentava em olhar as bolinhas pretas das joaninhas vermelhas no quintal da minha avó.
Aqueles tempos que eu achava que teria uma árvore falante como a Pocahontas-.
Ou uma casa doce como o João e Maria.Uma abóbora carruagem, um bule falante.
Meu filme favorito quando criança era A Bela Adormecida, eu achava um máximo esses filmes de princesas que cantarolavam em meio à floresta. Tinha até medo da máquina de costurar da minha avó, pois achava que era a mesma do filme.
Popeye foi uma influência positiva. Eu pedia para mamãe comprar espinafre, minha meta era ser forte como ele.
Não é bobagem quando pesquisadores dizem que arminhas de plástico não são bons brinquedos para as crianças. Comparam também, desenhos antigos com os modernos, que não são mais educativos.
O que vamos esperar das crianças da geração atual que daqui 10 anos vão desengavetar suas lembranças e lembrarão do Pokémon e da Kelly Key?
Acredito que essas lembranças por mais engavetadas que fiquem, um dia a gente acaba lembrando delas. E que de alguma forma vão contribuir para a formação do adulto.

segunda-feira, 3 de julho de 2006

O Brasil zidanou de novo!

Ouvindo: coração verde-amarelo
Humor: Desapontada

Mais uma vez os sonhos dos brasileiros foram adiados. Mas estamos acostumados a pensar que no futuro tudo dará certo.
Faltou garra, determinação e acreditar que não é utopia jogar por amor a camisa. O fato é que grande parte do “time dos sonhos” não são mais jogadores e sim pop stars. Que estão buscando sempre o melhor ângulo para os flashes estamparem seus rostos tão conhecidos, nas primeiras páginas dos jornais e revistas mundiais.
Só desejaria uma coisa nesse momento, todo esse povo que foi no aeroporto xingar e pedir satisfações a toda comissão técnica da seleção brasileira, também fizesse isso diante dos nossos políticos e mensaleiros que roubam e mentem o ano inteiro na maior cara de pau, e que mesmo assim continuam andando livres pelas ruas.

O mundo todo só fala disso:
Charge

Clarin

Le monde

segunda-feira, 26 de junho de 2006

Drummond

Ouvindo: Chris Daughtry - Hemorrhage by Fuel
Humor: Feliz



Sabe quando você lê uma frase e você pensa: “puxa, parece que foi escrita pra mim.” Tudo que eu leio do magnífico Carlos Drummond de Andrade me cai como uma luva. Ele é uma das poucas pessoas que eu digo que gostaria de conhecer.
Se for pra eu citar um autor que me toca e que é a sintonia da minha vida, sem pensar eu diria: Drummond, esse é O CARA!
Abaixo o primeiro poema que eu li dele, eu devia ter uns 11 anos e era um dos meus preferidos.

O SOBREVIVENTE

Impossível compor um poema a essa altura da evolução da humanidade.
Impossível escrever um poema - uma linha que seja - de verdadeira poesia.
O último trovador morreu em 1914.
Tinha um nome de que ninguém se lembra mais.

Há máquinas terrivelmente complicadas para as necessidades mais simples.
Se quer fumar um charuto aperte um botão.
Paletós abotoam-se por eletricidade.
Amor se faz pelo sem-fio.
Não precisa estômago para digestão.

Um sábio declarou a O Jornal que ainda falta
muito para atingirmos um nível razoável de
cultura. Mas até lá, felizmente, estarei morto.

Os homens não melhoram
e matam-se como percevejos.
Os percevejos heróicos renascem.
Inabitável, o mundo é cada vez mais habitado.
E se os olhos reaprendessem a chorar seria um segundo dilúvio.

(Desconfio que escrevi um poema.)

sexta-feira, 9 de junho de 2006

Comfortable

Ouvindo: John Mayer - Comfortable
Humor: Determinada

Eu gostaria de compartilhar essa letra de música com vocês. Acho muito bonito esse amor platônico que a gente vê nos filmes, nos poemas e até mesmo nas músicas. Amor, que por mais que sabemos que não aconteça com tanta intensidade, estamos procurando a vida toda.
Boa mensagem é aquela que se alguma questiona nossa maneira de pensar.

"Eu estava me lembrando daquela vez no mercado
Você veio de fininho por trás de mim
e pulou no meu carrinho de compras
E saiu deslizando pelo corredor nº 5
Você olhou pra trás pra sorrir para mim
E bateu numa prateleira cheia de revistas
Pediram que a gente se retirasse

Eu não consigo me lembrar o que deu errado setembro passado
Embora eu tenha certeza de que você me lembraria se precisasse

Nosso amor era confortável e tão à vontade

Eu estou dormindo com uma nova garota e ainda não me acostumei
Todos os meus amigos aprovam
Eles dizem "ela vai ser boa pra você"
E dão o maior apoio
Ela diz que a Bíblia é tudo o que ela lê
E prefere que eu não fale palavrões
Sua boca era tão suja
É o melhor da festa
E ela jura que é chegada em arte
Mas você sabia diferenciar Miles de Coltrane

Nosso amor era confortável e tão à vontade
Ela é perfeita
Sem defeitos
Ou pelo menos é o que dizem

Ela pensa que eu não posso ver o sorriso que ela está fingindo
E faz poses para fotos que não estão sendo tiradas
Eu amava você
De moletom cinza
Sem maquiagem
Tão perfeita

Nosso amor era confortável e tão à vontade
Ela é perfeita
Sem defeitos
Mas eu não estou impressionado
Eu quero você de volta." (John Mayer - comfortable