sábado, 25 de novembro de 2006

A gente espera do mundo e o mundo espera de nós.

Ouvindo: Lenine - Paciência
Humor: Bem

Estamos vivendo a era “deixa pra outro dia, porque hoje to com pressa”. Sinto-me culpada cada vez que essa frase é pronunciada tão espontaneamente.
Acho que deveríamos nos dar o direito de ser um pouco “Seu Madruga” de vez em quando. E foi pensando nisso que inventei meu mundo imaginário, onde baixaria uma lei para que algumas regras fossem modificadas.

A começar pelas semanas, teríamos direito a cinco dias livres, pra ficar junto de quem a gente gosta, para começar a faxina na gaveta, terminar de ler aquele livro de 500 páginas empoeirado na estante, notar mais o sorriso de uma criança. Ter tempo pra levar o cachorro pra passear e rolar na grama sem pensar nas formigas e na roupa que vai sujar. E nos dois dias restantes, como a gente precisaria sobreviver, seriam os dias para trabalhar e estudar.

No meu mundo imaginário, todos seriam bem remunerados. No mundo perfeito não existiria políticos, e se houvesse, seriam voluntários, assim como alguns bombeiros aqui da cidade que se disponibilizam a ajudar as pessoas, pelo simples fato de serem humanos. No meu mundo imaginário não existiria Bin Laden, Bush, partidos políticos, PIRIRI, PORORO ou qualquer coisa do gênero. Todas as pessoas teriam direito a moradias dignas e seriam companheiras, como nas vilas que a gente costumava ver em filmes antigos. Daquele tipo de vizinhos que a gente pode pedir emprestada uma xícara de açúcar.

No meu mundo perfeito em todas as cidades haveria praias com águas límpidas e mornas. Faria sol com um vento agradável que permitiria que o cabelo esvoaçasse, igualzinha a menina da propaganda de Shampoo. A infância iria passar menos depressa, e as Barbies jamais sairiam da moda. Crianças teriam direito a piscinas com trampolins e álbum de figurinhas. Os Guarda-chuvas seriam mais resistentes e conseguiriam evitar que a gente se molhe. Seria perfeito se a gente pudesse ainda dormir com as janelas abertas a noite sem o medo de acordar com um revólver mirado na nossa face. Doenças não existiriam, o câncer já teria cura. No máximo uma gripezinha, afinal os médicos precisariam sustentar suas famílias.

O Brasil seria o país dos exemplos, ainda a terra de gente trabalhadora e bonita, mas seu slogan principal sem dúvida “Um povo feliz e alimentado.” Rocinha seria um parque de diversões, Brasília conhecida unicamente por sua arquitetura.

Mensalão apenas um aumentativo para a palavra mensal. Família seria nossa maior empresa, e estritamente proibido que eles algum dia nos deixassem. Saudade a gente só teria do inverno ou do verão. Despertadores seriam abolidos. Viajar faria parte da rotina. Dormir tarde e acordar tarde, nada mais normal. Marcos Valério, Fernandinho Beira-mar, José Dirceu, seriam somente nomes, assim como João e Maria.

No meu mundo perfeito, amor jamais sairia de moda ou seria anormal, apenas um dos muitos sentimentos fundamentais pra se viver.
Assim seria meu mundo dos sonhos, permitira que alguns valores fossem resgatados e falo verdadeiramente de sonhos, de desejos, e não do sonho da padaria do Joaquim.

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