segunda-feira, 28 de agosto de 2006

Quando crescer quero ser...

Ouvindo: Tom Jobim - Luiza
Humor: Confusa

Quando eu era criança, escrevia meus planos para o próximo ano que estava por vir. Fazia uma lista do que eu esperava. Dos sonhos que almejava realizar, do que eu queria mudar em mim. Anotava num papel e deixava engavetado, na esperança que as coisas fossem mudar. Não sei por que acreditava que um foguetório e uma simples mudança de número iria transformar minha vida em algo melhor. Eu acreditava com todas minhas forças nisso e ainda acredito.
Eu fui percebendo meus erros com o tempo pelo fato de admirar as virtudes das pessoas. Tudo que eu admiro delas, é o que na verdade eu gostaria que fizesse parte da minha lista de bens eficazes como pessoa.
Admiro as pessoas corajosas e por admirá-las, percebi que abomino meu jeito medroso de ser.
Admiro o fato de pessoas conseguirem seguir a risca aquela velha frase “se a vida te dá um limão, faça dele uma limonada”.
Admiro quem já pulou de pára-quedas, quem sabe virar estrelinha (minha maior decepção foi nunca ter aprendido). Pessoas motivadas e sem marca de travesseiro às 07h00min da manhã (como elas conseguem?). Praticantes de esporte, Quem sabe comer molho de tomate sem derrubá-lo na roupa, Pessoas que não precisam fazer contas nos dedos. Mulheres que andam o dia inteirinho de salto-alto.Político que não rouba.Pessoas bem sucedidas, quem não altera a voz durante uma discussão, vegetarianos, poliglotas, quem sabe falar francês, quem consegue passar o cartão magnético do lado certo, pessoas que não viram pro lado e dormem de novo depois do despertador tocar.
Depois de todos esses anos admirando as pessoas, a listinha que antes era de papel agora é mentalizada, tenho ela de cor e procuro lembrar nos 365 dias, acredito que algum dia essa listinha vai servir pra alguma coisa.

"Até cortar os próprios defeitos pode ser perigoso. Nunca se sabe qual é o defeito que sustenta nosso edifício inteiro."
(Clarice Lispector)

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