

Crescer é evoluir, crescer é descobrir sentimentos que estavam camuflados desde a nossa infância. É tentar compreendê-los e interpretá-los usando a capacidade autodidata. É descobrir tanta coisa durante a vida sem precisar pagar cursinho ou semi-extensivo.
Crescer é não ouvir o que os mais velhos nos falam e dali 5 minutos nos arrepender por isso:
- Caroline, não balança essa cadeira que você vai cair.
- Ah mãe, deixa eu quieta aqui.
- To avisando!
- PUFT
- Aiiiiiii mããe, a cadeira caiu na unha do dedão, tá doendo muito!!!
É aprender com os tropeços, com os roxos na perna, com o coração despedaçado no chão.
- Amiga esse cara está só brincando contigo!
- Claro que não, ele até me apresentou pro irmão mais novo dele.
Depois de uma semana, em meio à madrugada:
- Alô?
- Oi amiga, sou eu... To chorando muito, sabe o Alfredo?
Pena a gente não nascer com um caderninho “Sobre sua vida: Cap 21: Ao completar 21 anos você vai precisar desaprender alguns hábitos, e assumir a conseqüência dos seus atos. Nãos e aproxime de fulana, ande mais com ciclana. Agora vire a esquerda e pronto, você conseguiu encontrar seu lugar ao sol.
Crescer é ir devagar, é dizer não, dizer sim, quem sabe. É cuidar de coisas que a gente nem sabe como começar, e adquirir algo chamado responsabilidade.
É passar a roupa do avesso pra não queimar a estampa, economizar na água e pegar o copo na estante sem a necessidade do banquinho.
É aprender a ser seletivo, é escolher algo pra ser a vida toda, e mudar a parede rosa do quarto por uma cor mais neutra. É ligar marcando horário para o dentista e carregar o guarda-chuva na bolsa.
Talvez crescer seja antes de tudo, autoconhecimento e respeito aos próprios limites. Porque nesse livro chamado vida, usamos muitas vírgulas e reticências, o ponto final a gente tem medo de conhecer.