Quando éramos crianças pular amarelinha fazia parte de uma entre tantas brincadeiras. A meta era pular com um pé de cada vez, até chegar ao céu. Céu que com traços definidos e marcantes era desenhado com giz colorido nas calçadas.
Hoje, os nossos passos são tão largos, que algumas vezes tropeçamos pela ânsia exacerbada de chegar até o céu de brigadeiro.
Passamos a vida inteira “pulando amarelinha” pra encontrar a calmaria do céu. Algumas pessoas insistem em dizer que ele não existe, quando na verdade ele está diante dos nossos olhos.
Às vezes não é preciso lunetas, binóculos, nem lupas. O mundo está sorrindo pra gente. Só que é um sorriso discreto, nem sempre é escancarado como pode parecer pra algumas pessoas. No fundo, todo mundo precisa desprender-se dos medos e dos negativismos fantasiosos, capazes de nos tornar os mais cegos.
Ir com sede e vontade de chegar ao topo, equilibrar-se num pé só, nas muralhas que surgem em nossa frente.
Assim como na infância, o céu pode ser desenhado em qualquer lugar, com qualquer cor, basta dar um passo de cada vez e verdadeiramente desejar.
sexta-feira, 28 de março de 2008
Amarelinha de gente grande
domingo, 23 de março de 2008
Reinventando
Conhecer a França, a maravilhosa Torre Eiffel, as muralhas da China, comunicar-se com pessoas do outro lado do mundo,ou até com o vizinho que mora na frente da nossa casa. Ter a privacidade invadida, pegar receitas para o jantar, ser conhecido por um avatar, sim isso é a internet.
Só que algumas vezes perdemos um pouco da nossa identidade, perdemos o olho no olho, a cara a cara. O “eu te amo” perdeu o fonética, e virou letras. As caretas são representadas através de emoticons e winks. A internet é uma passagem pro outro lado do mundo, mas também é um alicerce pra solidão.
Se a internet acabasse hoje, eu daria maior prioridade para o calor humano, para os pequenos toques que temos deixado de lado. Folhearia mais livros, daqueles empoeirados mesmo que estão nas prateleiras das bibliotecas.
Se na verdade a internet acabasse hoje, estudaria Ciência e Tecnologia para inventá-la novamente.
Tudo de Blog.
quarta-feira, 19 de março de 2008
O nosso melhor
Se eu pudesse dizer em que Deus eu acredito, eu diria que é aquela parte que nós temos de melhor como seres humanos. Ele está no olhar preocupado que oferecemos para quem precisa, na mão que estendemos, no abraço que não deixamos de dar. Na força que nos conduz quando olhamos fixamente para o espelho. Ele é a imagem do melhor que somos ou do que pretendemos ser.
Acredito piamente nesse Deus, acredito na força sublime, naquele momento em que damos um sorriso mesmo quando acabamos de receber um não. Na autoconfiança que se aflora quando recebemos um sim. Na necessidade de entrelaçarmos as mãos na hora de rezar para a força se concentrar, mãos responsáveis pelas preces, pelo afago, pelo tato indispensável nas relações humanas.
Acredito no Deus embutido com a fé, que me faz acreditar que a chuva que caí não é explicada apenas cientificamente, ele me faz ver além, é a companhia invisível todas as noites.
O meu Deus não é encontrado em catedrais suntuosas, ele está em qualquer lugar. Ele é o vento que nunca pára de me embalar.
Tudo de Blog.
quarta-feira, 12 de março de 2008
Presenças ausentes
Os dias exaustivos transformaram-se na calmaria que tanto pedimos. O relógio que corria, hoje parou. O silêncio já não é mais sufocante, ele virou música pros sonhos que estavam adormecidos. Os sonhos acordaram de um sono profundo e atordoado.
Grandes problemas foram transformados em doces soluções,pequenos empecilhos,hoje fazem parte de uma névoa que passou.
A gente se pergunta o porquê, mas ninguém nos dá a resposta. Às vezes ouvimos sussurros que vem de longe... Mas eles logo se calam pra sempre.
Depois desse silêncio enlouquecedor, surgem as saudades, e a vontade de viver o pra sempre. O pra sempre não existe mais, restam às lembranças. Doces lembranças incolores de abraços e cheiros que a gente colore com a saudade.
"Tire o seu sorriso do caminho. que eu quero passar com a minha dor". A flor e o espinho
terça-feira, 4 de março de 2008
Bicho-papão
Quando era criança, sentia um terrível medo antes de dormir, deixava as luzes acesas e revistava o quarto inteirinho, caso o bicho-papão estivesse embaixo da cama ou dentro do armário.
Os anos passaram, e os medos infantis foram embora. Já consigo dormir com as luzes apagadas e não tenho mais medo de fantasmas vestidos de lençóis brancos. O medo é ainda mais abstrato. Medo de algo que nem sempre sei explicar o que é.
O bicho-papão nem sempre é caracterizado, ele pode ser sutil, e temos que enfrentar várias vezes ao dia. O bicho-papão é o medo de ter medo.
Medo de encontros, desencontros, de perdas, de não encontrar pote de ouro atrás do arco-íris, da solidão.
Os medos são capazes de abstraírem nossas forças, de nos deixar estáticos por anos, ele bloqueia e é altruísta. Como disse Cortázar, o medo enferruja, ele ofusca nossa visão. Ele pode nos apresentar a pior de todas as soluções, que é de ficar parado. Nem direita, nem esquerda, o medo toma proporções gigantes, que nem sempre sabemos como nos livrar dele.
Então, surgem as saídas de emergência, aquela que só o ser humano é capaz de usar, que é a superação. Conseguimos encontrar nesse blecaute, uma lanterna pra nos guiar,uma luz no final do túnel, um rastro indicando como respirar a sensação da liberdade novamente.
Os medos, vão e vem, cabe a nós cantarmos uma canção de ninar pra ele adormecer em um sono profundo dentro de nós mesmos.