segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Quando se olha pra trás

  Na sintonia de: Gavin Degraw - Jealous guy

Na época da adolescência os sentimentos de incompreensão se misturavam com as descobertas do mundo. Vez ou outra discutia com minha mãe, cada discussão era como se um pedaço do mundo viesse abaixo em minha cabeça. Era nesse momento que eu queria fazer igual à menina do filme e desafiar tudo e a todos e fugir pra longe.

Trancava a porta do quarto,tratava de vestir uma roupa que não tivesse sido comprada pelos pais, de preferência algo dado por alguém, uma tia, amiga, avó ou vizinha. A blusa pequena mostrava que o tempo havia passado depressa demais. Depois, eu pulava a janela e descia o morro de casa com uma velocidade ímpar. Os longos passos faziam uma melodia junto aos pensamentos que habitavam em mim.

Depois de ter descido completamente o morro surgiam as opções, qual caminho escolher? Direita? Esquerda?Então, parava pra pensar, passavam 5 minutos, as mágoas haviam desaparecido, a fome surgido, e a vontade imensa de voltar pra casa vinha à tona. Nem direita, nem esquerda. Há momentos que olhar pra trás é necessário e também, a melhor opção.

Levantei rapidamente e motivada,subi o morro correndo. Pulei novamente a janela do quarto, destranquei a porta e fui apressadamente dar um abraço naquela que tinha sido a responsável pela volta. Num instante os pedacinhos do mundo que caíram sobre mim, juntaram-se como quebra-cabeça e formaram um espontâneo sorriso.

segunda-feira, 17 de setembro de 2007

Superstição que incentiva

  Na sintonia de: Kaci Brown - Unbelievable

Andava pelas ruas da cidade, no balanço dos cabelos compridos os pensamentos embalavam a cada passo. Olhava ao seu redor com olhos cheios de dúvidas, na sua frente via um horizonte colorido, o preto e branco era pouco pra ela.

Pensava: - Se passar um carro verde com a janela aberta é porque vai dar tudo certo. Às vezes ninguém aparecia, mas muitas vezes coincidentemente ou não, o verde carro com as janelas abertas passava por ela.

Não sabia se era uma superstição boba, um otimismo aguçado ou algum hábito de infância. Mas de alguma maneira aquele carro verde de janelas abertas fazia aparecer uma leve covinha nas bochechas rosadas, que em seguida transformava-se em um sorriso tímido.

Todos os dias era o mesmo ritual, cada passo dado era sinônimo de pensamentos bem distantes.Os pensamentos avulsos não pediam licença para entrar, eles apareciam como um vizinho folgado que abre a geladeira de casa sem pedir. Eles apresentavam para ela um universo desconhecido, um lugar onde tudo é possível.

Se quisesse viajar para China, em um instante estava entre os orientais. Se quisesse participar de algum filme Hollywoodiano, num piscar de olhos estava amissíssima da Meryl Streep. Naquele universo não havia restrições, podia ser o que quisesse.

E se o pensamento era mais modesto, ela buscava com otimismo, um jeito de transformá-lo em realidade, e como prova da possível realização pensava:Se chover é porque vou realizar meu sonho.

Subitamente surgiram estrondos no céu, e ela correu para não se molhar.



segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Universo paralelo, universo colorido

  Na sintonia de: Beatles - Love me do



Sou aquela que ouve músicas imaginando cenas. Sou aquela que lê sonetos e crônicas me buscando. E aquela que pausa o filme de comédia romântica pra buscar lencinho de papel para enxugar as lágrimas.

Sou a garota que veste rosa bebê e gosta de sapatilhas. A garota que abre a janela esperando por dias melhores. E a menina que espera sempre receber flores e o casaco quando estiver passando frio. Sou a garota que espera ganhar algodão doce antes de ir para a roda gigante.

Sou a que enxerga uma luz no fim do túnel, e a que desenha corações em guardanapos. Adoro despir-me de sinceridades.

Atualmente chamamos isso de frescura, de ilusão. Mas eu prefiro acreditar que sou romântica. Afinal, ilusão é algo que não existe, algo além da realidade. Romantismo é aquilo que surpreende aquilo que faz os olhos enxerem d’água.

Como diz a letra da música do Lulu Santos “talvez eu seja a última romântica”, mas prefiro estar sozinha e acreditar em doces momentos, a acreditar que tudo é mera ilusão. Ilusão prá mim é crer que as coisas não serão melhores amanhã.

Tudo de Blog.

terça-feira, 4 de setembro de 2007

Viver além de...

  Na sintonia de: Titãs - O Portão

Viver pra sobreviver,respirar para o coração bater.É assim que boa parte das pessoas pensam. Talvez a essência de viver não seja bem o que planejaram pra nós.

VIVER está nos detalhes, nos contrastes, consiste em viver além de...
Quero usar mais azul porque é a cor do céu e deixa o rosto mais alegre, e não usar simplesmente porque foi a primeira roupa que achei no armário.

Quero pegar mais sol no rosto, sol deixa as pessoas com o aspecto mais saudável.
Ser gentil com as pessoas não porque a etiqueta recomenda, mas sim por fazer parte da minha essência.

Distribuir sorrisos mesmo com alface nos dentes, não importa a cor do sorriso... Ele sempre faz alguém mais feliz.

Andar descalça por aí, ensinar aos dedinhos do pé como é o sentimento da liberdade. Falando em liberdade, que tal soltar mais os cabelos?

Quero receber mais cafuné no cabelo e fazer o dobro nas pessoas. As pessoas estão cada vez mais carentes e ninguém nega um cafuné.

Ouvir música no volume máximo e não parecer ridícula dançando nas pontas dos pés pela casa. Nem ser ridícula por chorar como uma manteiga derretida porque o mocinho teve de ir à guerra abandonando a pobre mocinha.

Viver além do trabalho. Viver pelas descobertas,viver pra realizar sonhos, viver pra adoçar a vida das pessoas,viver para ler bons livros, ouvir boas músicas, assistir bons filmes, viver para atirar o bichinho de borracha pro cachorro buscar, viver pra desbravar lugares incomuns, viver pra abraçar as pessoas e apertar bochechas, viver pra começar o regime na próxima segunda-feira. Viver simplesmente pra marcarmos nossa história que não vai ser imortalizada na calçada da fama em Hollywood, mas será imortalizada na memória das pessoas. Nessa estória somos nós os protagonistas, cabe a nós tornar o desfecho num final feliz.