É pior que ficar três horas em uma fila de banco. É incomparável com a dor de dente. Com a dor de cabeça e com sapato apertado.
É do tipo de dor que nem o tempo cura. Os anos passam e a dor continua habitando a gente.
O tipo de dor que ninguém pode evitar, um dia vai acontecer. Não resolve com Analgésico nem terapeuta.
Estou falando da dor de perder alguém, seja alguém da família, amigo, inimigo, vizinho, cachorrinho. O pior dessa dor é que não é passageira. Pode se passar um ano, dois anos, dez décadas. A pessoa não volta numa tarde de domingo pra curar aquele espacinho dolorido que ficou entre nosso coração.
Acho que o pior de perder alguém é saber que o mundo não vai parar pra sentir essa dor conosco. E que com o passar do tempo, nossas lágrimas vão acabar virando apenas... Lágrimas.É uma dor angustiante que ao contrário do sapato apertado, ela não para quando o tiramos.
Como gostaríamos de ficar 6 horas na fila do banco por dia, ter dores de dente todo mês e unhas encravadas todos os dias, se em troca a gente tivesse as pessoas pra sempre conosco.Mas como ninguém nos dá o direito dessa troca, a gente continua aqui, reclamando das fortes enxaquecas e do troco errado do pão.
Dia desses li uma frase: “Quem inventou a distância, não conhecia a saudade”. Saudade é a palavra mais bonita do nosso vocabulário, porém, tente falar ela do fundo do coração sem encher os olhos d’água.
quinta-feira, 24 de maio de 2007
A cura que ninguém tem.
quarta-feira, 16 de maio de 2007
Nosso amigo de óculos cresceu
Sabe aquele mundo mágico que estávamos acostumados a ver, onde o mocinho era sempre ingênuo?
Com o surgimento de Harry Potter a gente tem a nítida impressão que os mocinhos se modernizaram. O real e o fictício cada vez se mesclam mais, junto ao espírito aventureiro, que toma conta do garoto que carrega em si um pouco da solidão.
Lembro até hoje quando li o primeiro livro, no auge da adolescência, a imaginação ia a mil. Potter, com certeza é uma marca da nossa geração. Percebemos durante todos esses anos a evolução e o crescimento do menino dos óculos arredondados que voa em sua vassoura. E que o tempo passou pra gente também.
Como será o final da saga de Harry Potter? Bem, não sei, acredito que saia do convencional “felizes para sempre” e nos surpreenda mais uma vez.
quarta-feira, 9 de maio de 2007
O amor com trilha sonora
Ele está por todos os lugares. Nas músicas, nos livros em forma de prosa, soneto e crônica, em pesquisas científicas, nos filmes, novelas, contos de fada e na vida real. É o tal do amor.
Você encontrou uma grande pessoa, ela não surgiu montada num cavalo branco nem marrom. Às vezes ela chega a pé, de bicicleta, carro e as mais exóticas chegam de pára-quedas. Não há um meio de locomoção específico. O amor também se moderniza.
Também não tocou a música mais linda no momento em que ambos se entre olharam, o tempo não parou. Não houve beijos na chuva e muitos menos corrida pelos campos verdes ornamentados por belos girassóis. O amor foi diferente do que você estava acostumado a ver e ler. Ele não tem pré-descrição, nem validade, pode durar dias, meses ou por toda eternidade.
O tempo passou, a paixão amenizou e os defeitos apareceram. Eis o grande mistério do amor. Acredito que amor seja o melhor amadurecimento para o ser humano. É saber dividir, voltar atrás, é aprender que ninguém vive por ninguém e sim, vive-se com alguém. Aprender que cada um pode ter sua trilha sonora e fazer do seu amor um romance de filme. Viver o romance dos filmes e poetas tem haver com lutar pra que essa chama não se apague. Pois como já dizia o grande poeta Manuel Bandeira: “Amor - chama, e, depois, fumaça.”