Desde pequenos aprendemos que mentir faz o nariz crescer. E como todo mundo se preocupa com a estética, optamos por mantermos o nariz proporcional ao rosto.
Só que tem gente que mistura sinceridade com falta de educação e de sensibilidade. Por isso, luto por uma causa, a dosagem certa de espalhar as verdades e de fazer o bom uso das palavras.
Pra que dizer que sua amiga parece uma jamanta de gorda se ela sempre foi tão generosa com você e merece tantos elogios?
Pra que ofender a mãe do cara que furou a fila do cinema, se você pode respirar fundo contar até 10 e guardar certos nomes pra você?
Que culpa tem o motorista de ônibus que o trânsito está maluco e lento? Até mesmo a sinceridade pode ser dosada, há maneira e maneiras de jogar verdades por aí.
Os únicos que deveriam sem restrições ser 100% sinceros, falar tudo que está passando em suas cabeças, são os nossos políticos.
Se como nos contos de fadas, mentira fizesse o nariz crescer, nosso parlamento seria lotado de narigudos e narigudas. Isso sim eu chamaria de uma boa causa, o Brasil agradeceria.
Tudo de Blog.
domingo, 21 de setembro de 2008
Síndrome de Pinóquio
domingo, 14 de setembro de 2008
Vide bula
Esqueceram de nos avisar que as coisas não seriam tão simples. Esqueceram de nos avisar que deveríamos encontrar vacinas e antídotos para suportar as dores existenciais. E que essas vacinas não estão nas prateleiras das farmácias.
Esqueceram de nos avisar que nem sempre lágrimas serão contidas e fúrias impedidas.
E quanto aos tropeços, por que não ensinaram que nem o Merthiolate resolve? E o Band-aid por que não estanca as feridas do coração?
Esqueceram de nos passar a receita fundamental: Um abraço por dia, pode resolver dores que uma cartela de analgésicos não resolve em um ano.
segunda-feira, 1 de setembro de 2008
Terapia de busão
A vida está tão corrida que as desculpas são cada vez mais freqüentes. As pessoas se esbarram, mas não se olham, os amigos são deixados pra trás e sempre temos aquela velha frase como desculpa: Vamos marcar de fazer alguma coisa. E ninguém marca.
A gente tem conversado mais com a estranha robotizada moça do telemarketing do que com a família. Os estranhos do mundo lá fora estão fazendo mais parte dos nossos dias do que os amigos do peito.
Na fila do banco, na poltrona do ônibus, na faculdade, no consultório do dentista. Mesmo que seja por alguns minutos, as pessoas estão adaptando suas falas e desabafos e procuram a qualquer custo alguém para ouvi-las e dar atenção, nem que seja por 5 minutos.
Costumo ouvir bastante ultimamente a vida dos estranhos. E pensei: Afinal, pra que gastar o telefone, se a gente pode desabar com o estranho do ônibus? A passagem de R$2,45 já estamos pagando, e o melhor, nunca mais veremos o estranho novamente, de quebra, descartamos o pré-julgamento e as críticas que certamente um amigo faria.
Terapia de busão, essa é a moda. Mais prático, rápido e bem mais barato que o velho divã. (Vaí da coragem e do tempo de cada um).