Ela sentava nas margens de um riozinho que ficava do outro lado da rua de sua casa. Jogava três pedrinhas e com os olhos fechados lembrava os instantes que antecederam o fim.
A menina sabia que naquele instante tudo que até então havia vivenciado se tornaria passado. Foram tantos os apelos por mudanças. Tantas as promessas não cumpridas, tantos olhares dissimulados sem corresponder o afeto que ela docemente atribuía.
As lembranças do ex-amor haviam sido jogadas junto com as pedrinhas naquele modesto rio. Depois dos soltos pensamentos, fechou a sete chaves a ex-vida.
Ela então, se recompôs, levantou ávida e disposta a viver novamente.
(Tudo de blog)
domingo, 29 de julho de 2007
Fora de sintonia
quinta-feira, 19 de julho de 2007
O Happy Day!
Eu fico observando as famílias grandes. Às vezes, admito, até sinto uma invejinha por não ter uma família numerosa. Aqui em casa somos quatro, ops, perdão Kelly, cinco.
Imagino as brincadeiras de quem tem muitos irmãos, a infância deve ser mais divertida, apesar do lado ruim de dividir os brinquedos. Mas afinal, qual a graça de ter brinquedo se não tem com quem brincar?
Sempre achei o máximo, a família unida em volta de uma mesa, saboreando um delicioso almoço. Tipo Fat Family. Em que a conversa torna-se enlouquecedora, porque todos falam ao mesmo tempo e produzem um som nada acústico.
- (mãemepassaobrócolios,paioRonaldinhofezgol!Euvousairhoje
anoitenãomeespereprojantar).
Mas é claro que qualidade e quantidade são bem diferentes. Ter uma família grande não significa ter uma grande família, e essa , eu tenho.
Por mais que eu admire, eu sei que não importa o número de integrantes na família, se são muitos ou poucos. Duplas ou uma banda inteira. O que vale mesmo, é ser aquela família bem penteada e sorridente do comercial de margarina.
domingo, 15 de julho de 2007
Sobre as cicatrizes
Foi no ano de 2003, a família inteira lutava contra o câncer da minha avó. Ninguém precisava vestir capas de super heróis ou aprender a voar. A gente lutava com uma intensa dedicação e otimismo.
Só que a doença foi debilitando a saúde dela. De um dia para o outro ela precisava de ajuda no banho, para se alimentar, caminhar e para deitar. Mesmo fraca e com fortes dores, as unhas estavam sempre bem feitas e o cabelo arrumado. Ela era vaidosa.
A alimentação era meticulosamente calculada, as sopas tinham que ser batidas no liquidificador para ela conseguir, enfim, se manter forte e disposta.
Combater o câncer foi uma luta intensa e diária.Procurávamos um antídoto para esse mal, mas infelizmente, no dia 12 de outubro de 2003 minha avó não agüentou e mostrou pra gente quem era a verdadeira heroína dessa história com um final não tão feliz.
Eu procuro não pensar nessa fase triste, tento apagá-la da minha memória, mas sabe como é, por melhor que seja o Liquipaper, as marcas sempre permanecem.