Dia desses estava lendo um livro e um trecho que citava Kant me chamou muita atenção. Dizia a seguinte mensagem: "As pessoas estão presas por fios invisíveis. Você puxa um, e todo conjunto se mexe. Essa ação afeta tudo e a todos."
Por mais que tenha tentado, nunca consegui acreditar naquela velha frase de que é cada um por si, porque não é. Acredito de verdade que estamos todos juntos, acredito em plural, sempre gostei mais de soma do que de subtração.
Nós dependemos do seu Manoel da padaria, do motorista do ônibus que acorda cedo toda manhã, do nosso amigo que nos conforta nos dias mais tempestuosos. Precisamos de alguém para trocar a lâmpada que sempre teima em queimar, de colo de avó, de alguém mais alto para nos alcançar o pote de açúcar.
Um sorriso muda tudo, uma palavra forte nos faz mudar de percurso, uma ação impensada pode nos tornar tão vulneráveis.
Essa linha imaginária que não é aquela do Equador que a gente aprendia na aula de Geografia, linha que mesmo na distância nos torna tão próximos, é um carrossel, anda com todo mundo, é infinita, não tem cor, mas tem algo em comum: Une as pessoas para uma só condição - A condição da felicidade.
terça-feira, 27 de outubro de 2009
Presos por fios
terça-feira, 13 de outubro de 2009
Sobre socos no estômago
Tem uma frase da Clarice, a Lispector que diz o seguinte “a vida é um soco no estômago”, eu sempre gostei bastante dessa frase, até que um dia me perguntaram o que ela queria dizer com isso. Aí eu pensei: entender o que a dona Clarice queria dizer, fica meio difícil, porque gênios costumam ser irônicos e muitas vezes o que eles dizem não tem um sentido legítimo. Mas para mim, essa frase pode dizer tantas coisas, principalmente, ela resume o que é viver. Explico.
Viver é ficar muitos momentos sem ar, viver tira o fôlego, é adrenalina, é emoção, é um ir e vir. Viver dói, viver impulsiona, viver consome. Viver é um instante, são pequenos fragmentos, viver é ficar tonto, viver é logo ficar sóbrio, é como um soco no estômago, viver é inesperado.
Viver é sim um soco no estômago, dolorido e estático. Tira o ar e logo recompõe, é um instante, um frame que só sente quem vive com V maiúsculo.