Na sintonia de: Hugh Grant & Haley Bennett - Way Back Into Love
De alguma maneira as madeixas compridas sempre fizeram parte da minha característica. Não é algo como a força que dava a Sansão. O cabelo comprido não revela meu poder, mas ele me dá identidade, a identidade da menina ingênua que pode usar tranças. E digo com experiência, quanto maior o cabelo melhor o cafuné.
Na época da infância mamãe me levava forçadamente para a cabeleireira, a desculpa era para cortar as pontas das longas madeixas (acho que eu me inspirava na Rapunzel). Sem que eu notasse, ela fazia o sinal para a tia do salão aumentar o comprimento da tesourada . E quando enfim eu olhava o corte através da imagem refletida pelo espelho, na expectativa pelo resultado final, desatava num choro desesperado, por achar que o um centímetro e meio que a tia cortou me deixou careca.
Apesar de sempre fazer questão de ter os cabelos longos, nunca estou satisfeita como eles são (será que alguém está?). Sempre invejei os cabelos das propagandas de shampoo, os cabelos fininhos que conseguem a incrível façanha de estar em um vendaval, com fios traspassando pra lá e pra cá e mesmo assim, continuam lisos, bonitos e nem um pouco bagunçados.
Alguns otimistas dizem que não preciso mudar o meu cabelo, que tenho que aceitar ser mais uma mortal insatisfeita... Mas sabe como é, Por mais que tentem nos convencer, a gente está sempre em busca do melhor shampoo pros nossos problem... ops, cabelos. Enquanto isso continuo deixando-o longo pro cafuné continuar sendo tão gostoso.