sexta-feira, 26 de janeiro de 2007

Uma história tão minha

Ouvindo: Os Mutantes - Balada do louco
Humor: Blah

Eram férias de verão, ela dormia até tarde, pegava no sono só na madrugada.
Enquanto o sono não vinha ela era cercada por imaginações, pensava em sua vida, naquilo que havia acontecido, e também no que desejava que acontecesse.
Quando acordava já era tarde, sentia que não conseguia fazer os seus dias proveitosos. Tudo passava muito rápido. Não constava mais nos seus dias ver o nascer do sol ou a lua brilhar. E isso realmente fazia-lhe falta.
Percebia o tempo passar, e a paciência não era sua melhor amiga. Ela havia prometido começar a treinar montando um quebra-cabeça de mil peças. Aliás, paciência ultimamente só se fosse do computador.
Computador, esse era o seu melhor amigo durante o dia. Nele passava horas e mais horas. Lá ela tinha tudo que podia precisar. Conversava com seus amigos e seus sentimentos foram treinados para serem expressos através de letras.
Seu olhar era vidrado basicamente para uma tela quadrada de 15 polegadas.
Às vezes ligava a TV e sentia grande vontade de poder avisar a mocinha da novela que estava correndo perigo.
As madrugadas acordada eram tão intensas, que esse era o momento para o desejo por comidas calóricas. E ela sabia que não fazia bem.
Quando assistia ou lia os jornais, se descabelava com as notícias sobre PCC, Sanguessugas e Mensalão, e não entendia como ainda não tinha se habituado com rotineiras noticias.
Aliás, a palavra rotina para ela já estava se tornando muito comum e soava natural.
Se precisasse sair, nunca conseguia puxar uma blusa no monte do seu guarda-roupa sem bagunçar todas as outras. O que a deixava levemente irritada.
Se a preguiça batia, a forma de gelo nunca era devidamente cheia para o descontentamento do próximo que fosse precisar.
Quando estava animada, a menina ensurdecia todos da casa colocando músicas no último volume e as repetia inúmeras vezes.
Se houvesse necessidade de se acalmar, ela recorria ao café. Era uma espécie de relaxante. Ás vezes até extrapolava.
Quando estava em casa era pouco vaidosa, e se uma cutícula insistia em nascer, ela dava um jeito de cutucá-la.

A menina tinha muitos planos, mas a preguiça muitas vezes parecia ser maior.
Era apenas uma menina de férias, fazendo o que desejou fazer por todo o ano. Mas que às vezes sentia necessidade de mudar o repertório.
Texto para o Tudo de Blog.

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